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A delegada do Sicride, Ana Cláudia Machado, que liderou as investigações do desaparecimento | Felippe Aníbal
A delegada do Sicride, Ana Cláudia Machado, que liderou as investigações do desaparecimento| Foto: Felippe Aníbal

Duas meninas que estavam desaparecidas há 11 dias foram encontradas, na manhã desta terça-feira (4), por equipes policiais do Serviço de Investigação de Criança Desaparecida (Sicride), que investigava o caso. Desde o dia 23 de abril, quando fugiram de casa deixando um bilhete informando que queriam "conhecer o mundo", Elisabeth de Mello Rodolfo, de 12 anos, e Thaysa Caroline dos Santos, de 11, ficaram abrigadas em uma residência em Piraquara, região metropolitana de Curitiba, onde moravam um adolescente de 15 anos que se tornou "namorado" de Elisabeth, e o irmão dele, um rapaz de 18 anos.

Segundo a delegada do Sicride, Ana Cláudia Machado, as diligências começaram pelo bairro Cajuru, em Curitiba, onde as jovens moram, e foi se ampliando com a ajuda de informações que chegavam à divisão. A responsável pelas investigações disse que quando foram localizadas as garotas estavam bem e não apresentavam qualquer sinal de violência ou de maus-tratos. Apenas na delegacia é que as garotas se deram conta da repercussão que a fuga adquiriu.

Em depoimento, as meninas disseram que, no terminal de Pinhais, região metropolitana, encontraram o rapaz de 15 anos a quem conheciam de vista. Elas contaram ao menor que haviam fugido de casa e o garoto fez o convite para ficar na casa onde morava. Segundo a delegada, elas afirmaram que tinham intenção de fugir, mas como não tinham nenhum plano elaborado, voltariam para a casa no mesmo dia. "As meninas só continuaram desaparecidas porque encontraram quem lhes desse abrigo", disse Ana Cláudia.

O menor e o irmão dele vão ser responsabilizados criminalmente por terem abrigado as garotas e por terem ajudado na fuga. O adolescente vai responder por ato infracional e o rapaz de 18 anos, por corrupção de menores. As garotas passaram por exames de conjunção carnal, toxicológico e de ato libidinoso. Se o procedimento apontar que elas mantiveram ato sexual, os rapazes serão indiciados também por estupro presumido. "Ambas afirmam que não tiveram relações sexuais com os garotos, mas aguardamos os laudos, que devem demorar cerca de 30 dias para ficarem prontos", apontou a delegada.

O adolescente disse que sabia que as meninas estavam em fuga, mas aconselhou as duas a voltarem para casa. Já o irmão dele alegou que só permitiu que as duas ficassem na residência porque elas afirmaram que haviam sido expulsas de casa e que não tinham onde ficar. "É importante ressaltar que as pessoas que, ainda que sem intenção, facilitarem a fuga de adolescentes, podem responder criminalmente por isso", orientou Ana Cláudia.

O caso

Segundo a delegada, a ideia de fugir de casa partiu de Elisabeth, que já teria apresentado problemas disciplinares anteriores e convidou a colega de classe para acompanhá-la. No dia 22 de abril, Thaysa dormiu na casa da amiga e, no dia seguinte, colocaram o plano em prática. A mãe de Elisabeth teria visto as duas saindo e encontrou um bilhete dizendo que iriam "conhecer o mundo" e recomendava que ela não se estressasse. Como a ideia de fugir partiu de Elisabeth, a adolescente pode responder por ato infracional, por ter aliciado Thaysa.

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