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Com 22 quilômetros de extensão, a ciclovia vai margear na superfície o trajeto do metrô entre o CIC Sul e o Santa Cândida | Divulgação/Triunfo
Com 22 quilômetros de extensão, a ciclovia vai margear na superfície o trajeto do metrô entre o CIC Sul e o Santa Cândida| Foto: Divulgação/Triunfo

Planejamento

Curitiba promete investir R$ 90 milhões em Plano Diretor Cicloviário até 2016

Apontada como solução para o trânsito caótico que consome horas da rotina diária de milhões de brasileiros, a integração da bicicleta com o transporte público é objeto do Plano Diretor Cicloviário, documento elaborado pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc). A prefeitura anunciou que investirá R$ 90 milhões no projeto até 2016.

O plano prevê a implantação de 300 quilômetros de vias cicláveis na cidade, além da instalação de mais 25 paraciclos e bicicletários junto aos terminais de ônibus com capacidade entre 40 e 60 vagas. A região central ainda deverá ganhar um estacionamento para 1,5 mil bicicletas.

Atualmente, a malha cicloviária da capital paranaense tem 127 quilômetros e uma estrutura de aluguel de bicicleta que ainda não decolou. Os únicos três pontos de empréstimo em operação na cidade foram desativados em agosto após seis meses de funcionamento. Segundo a empresa que os operava, a Bicicletaria.net, o sistema está sendo repensado por que gerava um déficit mensal de R$ 10 mil. A prefeitura informou que a Urbs está estudando a situação.

Países

Bike no metrô é comum ao redor do mundo, mas exige taxa adicional

Em Amsterdã, cidade holandesa mundialmente famosa pela liberalidade com as mais de 600 mil bicicletas que transitam por lá, o transporte das "magrelas" ocorre quase que livremente nos vagões do metrô. A restrição acontece apenas nos horários de pico – entre 7 e 9 horas e das 16 às 18h30. Além disso, o passageiro precisa pagar uma taxa extra que, na cotação atual do euro, equivaleria a R$ 4,80.

Modelo parecido é adotado em Nova Iorque (EUA), mas a taxa adicional é ainda mais salgada: aproximadamente R$ 12. Os períodos de restrição na cidade norte-americana variam em determinadas estações, mas todos ocorrem dentro dos horários de pico, com liberação em feriados e finais de semana.

Sem limitação

Para Jean Felipe Sirigate, membro da Associação de Ciclistas do Alto Iguaçu, o ideal seria permitir o embarque das bicicletas no metrô em qualquer dia e horário – limitando o espaço dentro de um vagão. Recentemente, inclusive, ele adquiriu uma bicicleta dobrável para poder embarcar nos biarticulados de Curitiba. "Infelizmente, essa acaba sendo a solução. Mas como não há espaço definido, em horários de pico até esse modelo fica inviável", diz.

11 estações de embarque e desembarque do metrô curitibanos terão bicicletários, com 50 vagas cada, segundo o projeto inicial do Consórcio Triunfo. Mas essa quantidade pode mudar com a publicação do edital de licitação.

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Prática comum em grandes cidades no mundo, a integração das bicicletas com o transporte público também é prevista no projeto do metrô de Curitiba. A ideia é que uma ciclovia margeie toda a extensão da linha e que 11 estações tenham bicicletários. O transporte das "magrelas" dentro dos vagões também deve ser permitido, mas a definição de dias e horários dependerá de análise da demanda.

De acordo com membros da equipe técnica que trabalha na minuta do edital de licitação do metrô, a intenção é que a ciclovia tenha os mesmos 22 quilômetros previstos para as duas fases da linha 1 azul – ligando a CIC Sul ao Santa Cândida. Como os trilhos serão subterrâneos, as canaletas e ruas ganharão, além da ciclovia, obras de paisagismo.

O projeto do Consórcio Triunfo Participações e Investimentos, vencedor da fase anterior à licitação conhecida como Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), prevê a instalação de bicicletários com 50 vagas cada nas estações Terminal Pinheirinho, Hospital do Trabalhador, Morretes, Água Verde, Bento Viana, Oswaldo Cruz, Eufrásio Correia, Juvevê, Terminal Cabral, Terminal Boa Vista e Terminal Santa Cândida. A quantidade e a relação de estações, porém, ainda podem mudar.

Além da conexão externa, o projeto ainda trata da possibilidade do ciclista embarcar com a bike nos trens. No item referente às condições de conforto e comodidade para o usuário, há menção de que isso ocorrerá em dias e horários específicos – a exemplo do que ocorre em São Paulo e no Recife. Segundo a equipe técnica da prefeitura, essa definição deverá ocorrer apenas em 2018, quando o metrô estará em operação e os horários e dias de maior fluxo de passageiro ficarão mais claros.

Exemplos

No metrô paulistano, o embarque de bicicletas é permitido durante a semana após as 20h30 – horário de menor fluxo de passageiros. De acordo com a empresa, em média, 30 ciclistas utilizam o serviço diariamente. Já aos fins de semana, quando o embarque é permitido a partir das 14 horas de sábado e o dia inteiro no domingo, essa média sobe para 426 e 1.234 usuários, respectivamente. A regra por lá é que cada trem transporte, no máximo, até quatro bicicletas no último vagão.

Já em Brasília, desde fevereiro de 2012, é permitido levar bicicletas no metrô em qualquer dia ou horário, desde que limitado a cinco bicicletas por viagem e aos últimos vagões das composições. Questionada pela reportagem sobre como os embarques são administrados nos horários de pico, a companhia que administra o transporte brasiliense se limitou a informar que o ciclista é obrigado a dar a preferência de embarque para os demais passageiros.

Florianópolis testa bicicleta dentro de ônibus

Mesmo sem biarticulados como o Ligeirão de Curitiba, Florianópolis está testando a permissão para transportar bicicletas dentro dos ônibus. O período de testes deve ir até o final deste mês. As "magrelas" ficam no fundo do veículo, posicionadas na vertical, e ocupam o lugar de bancos retráteis que servem aos passageiros na ausência de ciclistas.

De acordo com a empresa Canasvieiras, o projeto está sendo bem avaliado e o veículo adaptado tem circulado em diferentes linhas para ver onde melhor se adapta. Segundo Jucélio Santana, gerente de operações de tráfego da empresa, em um primeiro momento apenas a presença dos bancos retráteis levanta dúvida. "Talvez fosse melhor sem os bancos, para que o ciclista não precisasse tirar um passageiro quando chegasse ao ônibus", avaliou. Apesar da aprovação inicial, ainda não há uma definição sobre a ampliação da ideia.

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