Uma ocupação realizada por militares da Aeronáutica com apoio da Marinha e da Polícia Federal, na Ilha do Maciel, no município de Pontal do Paraná, litoral do estado, terminou na manhã desta sexta-feira (25). A ação começou na terça-feira (22).
De acordo com a prefeitura de Pontal, cerca de 50 homens armados, de cara pintada e com roupas camufladas, invadiram a ilha e notificaram os cerca de 400 moradores - a maioria deles descendentes de índios que ocupa a área há mais de 200 anos, pedindo que eles deixassem as casas em 20 dias. Além dos descendentes, ainda segundo a prefeitura, existem propriedades ilegais de turistas.
A área, de acordo com a administração municipal, pertence à Imobiliária Pontal que em 1976 cedeu ao Ministério da Aeronáutica para construção de uma base e um aeroporto. Como isso não aconteceu, a escritura prevê que a área volte ao doador. A confusão é que a imobiliária quer o retorno da área "limpa", ou seja, sem os moradores e as residências erguidas em quase 30 anos.
De acordo com a prefeitura de Pontal, a ocupação acabou de forma pacífica, apesar da constante rajada de tiros de metralhadores durante os dias da ação militar e da derrubada de algumas propriedades, irregulares, de turistas. Quanto aos moradores da ilha, os militares solicitaram que eles façam um cadastramento para identificar quem de fato tem direito a terra.
ContatoA reportagem da Gazeta do Povo Online tentou entrar em contato com a Imobiliária Pontal, mas a prefeitura da cidade informou que o estabelecimento não tem telefone. A administração municipal informou que a imobiliária, na imprensa local, afirmou que não tinha nada a declarar.
O Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta 2), em Curitiba, foi procurado, mas a assessoria informou que apenas o coronel aviador Carlos Vuyk de Aquino - comandante do Cindacta 2, vai comentar o caso e que ele está viajando.
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