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O Ministério Público do Paraná (MP-PR) investiga a possível atuação violenta de grupos fascistas em Curitiba. O procedimento foi instaurado após a informação de que Curitiba sediaria, no final do ano passado, o congresso de fundação de um novo partido, intitulado Frente Nacionalista e inspirado nas ideias do fascismo.

Apesar do congresso ter sido cancelado, um possível aumento de casos de violência contra minorias, como homossexuais e moradores de rua, fez com que a promotoria abrisse investigação para averiguar se há relação entre os fatos.

Os adeptos do integralismo no Paraná

Conheça a história dos primeiros grupos integralistas no estado e o que eles praticavam.

A Ação Integralista Brasileira (AIB) chegou a reunir comerciantes, intelectuais, jornalistas, dentistas, empresários em torno de um movimento que visava a criação de um estado integral, sem chances para o dissenso e contrariedade de ideais. Restaria um governo completamente autoritário sem espaço para a liberdade individual.

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“Houve muitos relatos de agressões a mulheres, ao público LGBT e a moradores de rua bem no período em que seria realizado o congresso dessa Frente. Além disso, esse grupo tem inspiração fascista e ligação com o Carecas do ABC, que tem um histórico muito grande de violência”, explica o Procurador de Justiça do Ministério Público, Olympio de Sá Sotto Maior.

Ele está fazendo o levantamento dos casos para dar andamento ao processo de investigação. Mas, adianta que alguns casos chamam a atenção. O primeiro foi a agressão a uma travesti no dia 27 de dezembro, quando um grupo jogou gasolina e ateou fogo na vítima. A mulher sofreu várias queimaduras pelo corpo. Outro caso é a de um homem negro que foi agredido dentro de um bar no mês passado.

Também há relatos pelas redes sociais de feministas que foram alvos de ameaças por supostos integrantes de grupos da extrema direita.

Na página oficial da Frente Nacionalista no Facebook, o grupo desmente qualquer ligação com atos de violência. “Nos associaram a falsos atos de violência inventados por ativistas de esquerda e viralizados pelas redes sociais”. Defendendo os ideais de “democracia, família e nacionalismo”, o grupo prega a redução da maioridade penal para 16 anos para qualquer tipo de delito, a privatização de todo o sistema penitenciário do país e a prisão perpétua para crimes hediondos. Defende ainda o fim da imigração no Brasil.

Na apresentação no site oficial da Frente Nacionalista, o grupo afirma explicitamente suas inspirações: “A proeminência dos valores espirituais sobre os valores materialistas aparece claramente no fascismo Italiano, na obra “A Doutrina do Fascismo”, de Benito Mussolini; e na vasta obra integralista de Plínio Salgado, onde critica o mundo moderno produzido dos valores iluministas que tornam a modernidade um fim em si mesmo. Portanto, combater o consumismo/hedonismo, o ateísmo e o pós-humanismo, as ideologias de gênero, a segregação indígena em reservas, o ambientalismo radical e o pacifismo, bem como todos os vícios da modernidade, é a missão principal da Frente Nacionalista”.

Os membros da Frente também selaram união com o grupo paulista Carecas do ABC. No site da entidade, a Frente Nacionalista justifica a aliança ao afirmar que “o alinhamento ideológico que temos, nos dá a certeza de que será uma aliança frutífera e saudável. A enorme semelhança no espírito de combate, na forma de atuar, e na convicção na causa, nos garante que essa aliança é baseada no amor pátrio, na defesa dos valores, e na defesa da família”.

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