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O ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Patrus Ananias, assegurou nesta quarta-feira (15), em entrevista, que o governo continuará dando prioridade às políticas sociais, apesar da crise financeira internacional. Ele se apóia para esse pensamento, segundo afirmou, na própria declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que os pobres não serão penalizados com a crise e que as políticas sociais serão mantidas e aperfeiçoadas.

Para Ananias, isso está inserido "na própria soberania do país e na estabilidade econômica que o país vive atualmente". Qualquer ajuste que for necessário, em função da crise mundial, será feito, segundo o ministro, ao lembrar que isto já vem ocorrendo na área econômica, a partir de decisões do presidente da República junto ao Banco Central e aos ministérios da área econômica.

Os que defendem a redução de recursos para atender à pobreza, conforme o ministro, "são os mesmos que pregavam, no passado recente, o estabelecimento do Estado Mínimo, mentalidade que já se revelou ultrapassada", disse o ministro.

Patrus Ananias criticou "a tendência neo-liberal de que o investimento na área social retrai o desenvolvimento econômico", argumentando que os programas de apoio à pobreza, ao contrário, "fazem movimentação econômica, e com isso ativam as atividades produtivas".

O Brasil tende a fazer o que foi receitado pelo presidente Roosevelt, dos Estados Unidos, quando da grande depressão ocorrida em 1929, conforme o ministro. "Enquanto muitos pregavam o pé no freio, ele resolveu que o país deveria, isto sim, acelerar, e deu certo".

O ministro lembrou que o Brasil "já não vive a mesma situação do passado, em que um espirro nos Estados Unidos provocava uma gripe aqui, ou quando havia uma gripe por lá, provocava pneumonia aqui. O país hoje é outro", argumentou.

Ananias informou que o governo vai investir no próximo ano R$ 13 bilhões na área da agricultura familiar. "Estamos implantando, sob a coordenação do Ministério do Desenvolvimento Agrário, os territórios da cidadania e o programa Mais Alimentos, que ajuda os médios produtores com o financiamento de equipamentos. Também está no foco do governo o Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar, que sintetiza bem o programa Fome Zero, pois dá trabalho e renda no campo".

Os programas de assistência social devem integrar uma política de Estado permanente, segundo defendeu o ministro, a exemplo do que ocorre em países escandinavos. "Elas não se encerram quando começam a dar resultado. Ao contrário, têm continuidade para que a população evolua junto com a atividade econômica", exemplificou o ministro.

A agricultura familiar precisa continuar recebendo apoio, conforme defendeu o ministro, "porque garante o fornecimento interno de alimentos, viabilizando a oferta de apoio alimentar do governo às populações mais vulneráveis, como os idosos e as crianças".

O ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome falou sobre os programas do governo para a área social durante a instalação do seminário "Semana Mundial da Alimentação: os desafios para a segurança alimentar e nutricional e as respostas do governo brasileiro", que está sendo realizado no Palácio do Planalto.

Participam do encontro, além do MDS, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) e diversos outros organismos. O evento marca o Dia Mundial da Alimentação, que será comemorado na quinta (16).

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