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Operação Ágata 2

Ministro descarta ocupação permanente

Patrulhamento na região da tríplice fronteira termina hoje. Celso Amorim fez balanço da operação em Foz

O Ministro da Defesa Celso Amorim e o governador Beto Richa sobrevoaram ontem a região fronteiriça após um encontro com o comando da Operação Ágata 2 | Marcos Labanca/Gazeta do Povo
O Ministro da Defesa Celso Amorim e o governador Beto Richa sobrevoaram ontem a região fronteiriça após um encontro com o comando da Operação Ágata 2 (Foto: Marcos Labanca/Gazeta do Povo)

O Ministro da Defesa, Celso Amo­­rim, descartou ontem em Foz do Iguaçu a possibilidade de o Exér­ci­­to manter um patrulhamento contínuo nas fronteiras. Amorim esteve na cidade, ao lado do governador Beto Richa, para acompanhar a Operação Ágata 2, realizada em caráter temporário pelas Forças Ar­­madas em 3,5 mil quilômetros dos limites do Brasil com a Argen­­tina, Paraguai e Uruguai. Apesar de estancar o contrabando e tráfico de drogas, a ação é um paliativo: após a retirada das tropas, a criminalidade deve voltar a fluir pelos 170 quilômetros do Lago de Itaipu. O Ministro ressaltou os resultados positivos da ação iniciada no último dia 16 – que até ontem con­­tabilizava mais de 5,3 mil inspeções, 2 toneladas de maconha e 650 quilos de explosivos apreendidos – mas disse que o Exército tem uma presença de proximidade na fronteira e "precisa fazer operações dentro dos seus mandatos". Segundo ele, há uma determinação da presidente Dil­­ma Rousseff para fortalecer o pa­­trulhamento nas fronteiras. No entanto, as opera­­ções intensas e pontuais são de responsabilidade do Ministério da Defesa, enquanto as ações mais contínuas e permanentes ficam sob o comando do Ministério da Justiça.

Para Amorim, a Operação Sen­­ti­­nela, já realizada na fronteira pa­­ra­­naense pela Polícia Federal (PF), Po­­lícia Rodoviária Federal (PRF), Re­­ceita Federal do Brasil e corporações estaduais, manterá a região pa­­­trulhada após a retirada das tropas.

Com a operação Ágata 2, so­­mente no Paraná, há um acréscimo no efetivo de pelo menos mil homens. Com o fim da ação, prevista para o fim deste mês, o estado volta a contar com pouco mais de 350 agentes da Polícia Federal (PF), corporação responsável pelo patrulhamento de fronteira, além da PRF, RF e policiais estaduais.

Do Mato Grosso do Sul ao Rio Grande do Sul, onde a mobilização é realizada, há cerca de sete mil militares, 30 aeronaves circulando, embarcações e um Veículo Aéreo Não-Tripulado (Vant) da Força Aérea. A desmobilização da tropa está prevista para o fim deste mês.

Apesar do combate ostensivo à criminalidade durante o dia, à noite os contrabandistas continuam agindo. Moradores residentes próximo à barranca do Rio Paraná afirmaram à reportagem da Gazeta do Povo que a operação não interrompeu o movimento de algumas canoas carregadas de contrabando e drogas que saem do Paraguai em direção ao Brasil à noite.

Vendas em queda

No Paraguai, as vendas do comércio de importados de Ciudad del Este, fronteira com Foz do Iguaçu, caíram cerca de 90% após o início da operação, segundo a Agência de Promoção do Comércio em Defesa do Consumidor (Aprocon).

O presidente da Aprocon, Adailton Avelino, diz que os co­­merciantes criticam a forma co­­mo é feita a fiscalização. "Inti­­mi­­da os turistas porque parece uma ação de guerra". Avelino refere-se ao pente fino feito pelos soldados do exército na Ponte da Amizade, ligação entre Brasil e Paraguai: com fuzis, eles param todos os veículos. Muitos turistas preferem esperar a operação terminar para voltar às compras, segundo os comerciantes.

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