São Paulo O ministro do Turismo e futuro ministro de Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, declarou ontem que o setor aéreo brasileiro não sofre uma crise, mas apenas problemas de gestão das empresas aéreas e também na administração de dados pelo governo.
"Crise é quando há algo de difícil solução. Nós não temos uma crise engendrada, mas temos alguns problemas. Não quero dar a impressão de que as coisas estão uma maravilha. Pelo contrário: houve falhas e já foram detectadas e estão sendo resolvidas", disse Mares Guia.
De acordo com o ministro, os problemas do setor tiveram início no ano passado, com a suspensão de vôos pela Varig. Tiveram seqüências após o desastre da Gol que levou uma série de controladores de vôo a se afastarem do cargo para a investigação do acidente, continuaram com outros controladores pedindo licença médica e culminaram com problemas em seis aeronaves da TAM.
Agora, no domingo, o ministro argumentou ter havido problemas em equipamentos do Cindacta-1, em BrasÍlia, e chuvas em São Paulo, onde, no Aeroporto de Congonhas, uma das pistas passa por reforma. "Congonhas é igual fileira de dominós: você derruba um e caem todos. Paralisou Congonhas, todos os aeroportos do país são afetados", justificou.
Ele ainda defendeu a posição do governo de tentar impedir a criação da CPI do Apagão Aéreo. Mares Guia disse que o governo não pode ser "ingênuo" e imaginar que a criação de uma CPI para investigar o setor aéreo se delimitaria apenas a este tema, sem se tornar em um instrumento de luta política a ser usado pelos partidos de oposição.
Assim, justificou a ação dos partidos da base aliada que derrubaram anteontem, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, a instalação da CPI do Apagão Aéreo. "Não sejamos ingênuos de imaginar que uma CPI é sempre bem-intencionada. Sabemos como funciona uma CPI."
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