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O ministro da Defesa, Waldir Pires, encaminhou neste sábado ofício ao presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, determinando a demissão dos responsáveis pela inoperância do sistema de pouso de Cumbica que provocou o fechamento do aeroporto por mais de cinco horas neste sábado e três neste domingo. O sistema ILS (Instruments Loading System), que orienta os pilotos quando há nevoeiro, está desligado porque há duas semanas foi atingido por um raio. Pires determinou a abertura de sindicância para apurar as responsabilidades no caso. Segundo interlocutores, o ministro ficou irritado e cobrou uma investigação rigorosa.

"Os responsáveis, identificados, deverão ser afastados de função, logo substituídos interinamente, e submetidos ao processo administrativo, legal, que os exclua, se for o caso, do gerenciamento, ou da direção, e até mesmo, sejam demitidos, exemplarmente, da empresa", determinou o ministro da Defesa no ofício.

De acordo com o presidente da Infraero, o sistema de pouso foi consertado, mas ainda não foi testado. O brigadeiro disse que pode ter havido uma "falha de tempo para reagir ao problema". Ele espera concluir a sindicância em até dois dias e até a manhã desta segunda-feira deve enviar ao ministro um relatório preliminar.

- Vamos apurar se houve negligência. Quero apresentar um relatório preliminar nesta segunda-feira e encerrar a sindicância em dois dias, já que os dados estão à disposição. A sindicância envolve muita gente. Um raio cai no equipamento e a primeira pessoa que toma contato é o operador. Vamos apurar quanto tempo ele levou para dar o alarme e assim por diante. Pode ter havido uma falha de tempo para reagir ao problema - afirmou o brigadeiro.

O sistema de pouso continua desligado porque o avião-laboratório da Força Aérea Brasileira (FAB) usado no teste teve problemas. A averiguação do resultado do conserto é necessária, já que os pilotos confiam totalmente no instrumento na hora de fazer o pouso.

- Lamentavelmente, o avião da FAB que foi fazer os testes teve um acidente e o processo atrasou. Aí tivemos um nevoeiro pesadíssimo, fora de época, em Guarulhos, fechando o aeroporto das 2h até mais de 8h. Vamos apurar por que depois de duas semanas o equipamento não está funcionando. Se foi culpa do avião da FAB que teve o acidente, se foi culpa do pessoal da Infraero, se houve negligência - afirmou o brigadeiro.

De acordo com ele, como o tráfego aéreo é bem menor aos domingos, o fechamento de Guarulhos hoje não teve impacto generalizado no tráfego aéreo nacional.Denúncia contra a estatal

O brigadeiro afirmou ainda que a Infraero vai esclarecer a denúncia publicada neste fim de semana pela revista Veja de que um assessor da presidência da estatal teria tentado negociar um terreno da empresa com um grupo imobiliário.

- A Infraero tem mais de 90 processos no Ministério Público, no Tribunal de Contas e outros órgãos. Todos os órgãos de controle externo investigam a Infraero. Tenho um livro com todas as denúncias e irregularidades, que está na minha mesa. E nós temos como meta esclarecer essas denúncias e evitar que o livro cresça. Essas denúncias, inclusive esta do final de semana, estão sendo investigadas por autoridades competentes. A mim cabe fornecer todos os dados necessários para a apuração e é o que eu estou fazendo - disse o brigadeiro.

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