Mobilização da PRF causa filas de 10 km em rodovia

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Curitiba e São Paulo – Os policiais rodoviários federais promoveram ontem o Dia de Luta em Defesa da Polícia Rodoviária Federal. No Paraná, as mobilizações ocorreram nas BRs 376, em Contenda, a 47 quilômetros de Curitiba, e 277 e 600, em Santa Terezinha de Itaipu, a 644 quilômetros da capital. Segundo a diretora social do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais no Estado do Paraná, Ana Lúcia Martins, em Contenda a abordagem aos motoristas provocou filas de até 10 quilômetros nos dois sentidos da rodovia, entre 10 horas e meio-dia.

Os policiais que participaram da mobilização distribuíram panfletos explicando as reivindicações da categoria. Eles querem a abertura de 10 mil vagas na corporação, exigência de nível superior para ingressar na carreira, reajuste salarial, plano de carrreira e a reestruturação do departamento.

Ana Lúcia lembra que antes a Polícia Rodoviária atuava no atendimento a acidentes, basicamente. Hoje, completa, "a missão mudou bastante" e os policiais também combatem a prostituição infantil e o tráfico de animais e drogas, por exemplo. Mas não tem pessoal suficiente para executar o trabalho. Segundo a diretora Social do sindicato da categoria, no Brasil há 1 policial para cada 43 quilômetros de malha viária, enquanto o ideal seria 1 para 5. No Paraná, atuam 600 policiais rodoviários.

Na quinta-feira, os servidores vão se reunir com técnicos dos ministérios do Planejamento e da Justiça. Eles vão discutir a pauta de reivindicações. Segundo Ana Lúcia, se a categoria não receber uma resposta satisfatória do governo, vai adotar outra forma de manifestação, "mais ousada", mas que ainda não pode ser divulgada.

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Outros servidores federais também estão em campanha salarial. No Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), 15 das 30 superintendências aderiram à greve nacional iniciada ontem. Os grevistas reivindicam contratação de cerca de 4 mil funcionários, aumento do salário-base e incorporação das gratificações – que representam 85% da remuneração – aos salários.

Ontem, os servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) mantiveram a greve contra a divisão do órgão. O presidente da Associação Nacional dos Servidores do Ibama, Jonas Corrêa, afirmou que a determinação da Justiça para que 50% dos funcionários de cada setor mantenham suas atividades está sendo cumprida.

A greve atinge 26 estados e o Distrito Federal – apenas a Paraíba está de fora da paralisação. Entre as reclamações dos grevistas está a Medida Provisória 366, que criou o Instituto Chico Mendes e marcou o início da reestruturação do Ibama. Para os grevistas, esse instituto evidenciou a suposta tentativa do governo de pressionar o órgão a acelerar a concessão de licenças ambientais.

Para hoje, policiais federais ameaçam paralisar as atividades por 72 horas, em meio às investigações da Operação Navalha, que aponta fraudes em licitações públicas para a realização de obras públicas. Eles esperam um reajuste salarial de 30%.

Trata-se da segunda parcela de um aumento prometido pelo ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, em 2006. Conforme o acordo, os policiais deveriam ter recebido a segunda parcela no começo deste ano, o que não ocorreu.