Moda e história do Brasil na passarela

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Um Brasil de muitas caras. A retratada nas pinturas, a vivida nas ruas, a do futuro e a do passado. O Brasil multifacetado é visto na passarela da São Paulo Fashion Week, ainda que as referências sejam os lugares distantes.

Um dos melhores contadores dessa história é o mineiro Ronaldo Fraga, que, no terceiro dia de evento, ontem, desfilou Cândido Portinari. Os tons de azul e laranja das telas tingiram roupas de volumes estudados, a fim de abrigar centímetros a mais de informações sobre o mestre da pintura. Estavam ali seus retirantes, as cores vivas, as cantigas de roda, o campo, as modernidades, os esboços e os traços do artista. A riqueza pictórica da obra de Candinho foi transformada em bordado, em jogo de tecidos e em trançados propositais.

Paula Raia também abriu sua casa, no Jardim Europa, para falar de mulheres com os pés no chão. E, por lá, estava a ráfia tecida e retorcida em formas longas e sobrepostas, que misturam o rústico e o contemporâneo. Os tons naturais serviram de base para uma moda quase minimalista, não fossem os detalhes e as texturas. Fause Haten, por sua vez, foi para dentro do teatro da Faap e improvisou um backstage aberto. Com a descontração tipicamente brasileira, arrumou suas modelos diante de todos, com cores, penas e adornos sacros.

Para as sereias nacionais, um produto verde e amarelo que faz bonito lá fora: a moda praia da Água de Coco, que falou das riquezas debaixo d’água. Escamas de peixe, fauna e flora marinhas viraram texturas em maiôs e biquínis coloridos e bem comportados. Adriana Degreas também desfilou sua roupa de banho, sofisticada e tecnológica. O dia, que teve ainda a alfaiataria medieval de Glória Coelho e Lilly Sarti, encerrou com Gisele Bündchen, que se apresentou pela Colcci.

Para hoje, estão programados os desfiles de Pedro Lourenço Capsule, Têca, Osklen, Lilica Ripilica, Movimento, Lolitta, Lino Villaventura e Forum.

*A jornalista viajou a convite do evento.