
O passageiro do transporte coletivo de Curitiba considera a tarifa cara. Isso não é novidade em Curitiba e também na maioria das grandes cidades brasileiras. Repetindo pesquisas anteriores, levantamento realizado pelo Instituto Paraná Pesquisas entre os dias 18 e 20 deste mês mostrou que 71% dos moradores da capital não estão satisfeitos com os R$ 3,30 cobrados na catraca. Mas a pesquisa apontou uma novidade: 72,3% são a favor dos subsídios públicos para baratear a tarifa cobrada dos usuários.
Veja o que pensam os curitibanos sobre a Área Calma
O subsídio é uma forma de toda a sociedade pagar pelo transporte coletivo – inclusive quem não o utiliza. Quem o defende argumenta que a melhoria do setor e o consequente aumento na quantidade de passageiros tirarão automóveis particulares das ruas, melhorando a qualidade de vida para todos os cidadãos. Os críticos dizem que ele representa desequilíbrio nas contas do setor, que deveria se autossustentar com o valor da tarifa.
O levantamento não fez um recorte dos entrevistados que utilizam o transporte público. Dessa forma, não é possível afirmar se o apoio ao subsídio é maior ou menor entre aqueles que se valem de outros meios de transporte, como o automóvel particular.
Divergência
O subsídio se tornou um capítulo no embate entre as gestões da prefeitura de Curitiba e do governo do Paraná. Até o ano passado, as contas da Rede Integrada de Transportes eram unificadas para linhas municipais e metropolitanas. Nesse cenário, o estado desembolsava um subsídio médio mensal de R$ 7,5 milhões. A prefeitura arcava com algo em torno de R$ 2 milhões, valor que ela continuou desembolsando neste ano.
Com a ruína do acordo, o governador Beto Richa assumiu a gestão das linhas metropolitanas com a promessa de reduzir o subsídio pela metade. Segundo a Comec, a média mensal de repasses em 2015 ficou em R$ 3,9 milhões. Mas, para isso, cinco linhas de ligeirinhos foram encurtadas, outras deixaram de entrar nos terminais e o intervalo das viagens foi dilatado em alguns horários, como mostrou a Gazeta do Povo.



