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Motoristas e cobradores rejeitam proposta em assembleia da categoria

Reajuste de 8,02% do sindicato patronal não foi aceito por cerca de 1,3 mil trabalhadores que participaram de três encontros. Negociação continua em reunião no Tribunal Regional do Trabalho na manhã desta terça

Aproximadamente 1,3 mil motoristas e cobradores do transporte coletivo de Curitiba rejeitaram a proposta de reajuste salarial de 8,02%, oferecida pelas empresas do transporte coletivo, durante assembleia realizada nesta segunda-feira (11). Os trabalhadores reuniram-se na Praça Rui Barbosa, no Centro da capital, às 10 horas, às 15 horas e às 21 horas. A decisão é resultado das três etapas da assembleia realizada nesta segunda-feira (11) pela categoria.

O resultado dessas votações será apresentado em uma audiência com a Justiça do Trabalho, marcada para a manhã de terça-feira (12). A ideia do sindicato é apresentar uma contraproposta para ser analisada nesse novo encontro. Caso não haja um acordo, uma nova assembleia será marcada e aí o indicativo de greve poderá ser votado.

Os cerca de 300 funcionários presentes na primeira assembleia apresentaram a seguinte contraproposta: 15% de reajuste salarial e de 100% no auxílio-alimentação. Com isso, o vale subiria de R$ 200 para R$ 400 e a categoria teria um ganho real de 8,37%.

Já na segunda assembleia, os trabalhadores aceitaram a contraproposta apresentada pelo presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), Anderson Teixeira, que sinalizou o pedido de 10% de aumento, mesmo valor acertado no ano passado. Além disso, os trabalhadores pedem 50% de reajuste no vale-alimentação e R$ 300 de abono salarial.

A proposta aprovada na terceira etapa foi idêntica a esta última, que teve sinalização positiva durante a tarde, por cerca de 600 funcionários, e à noite, por 400 funcionários. O Sindimochavia recusado a proposta de 8,02%, após reunião realizada na tarde de sexta-feira (8), no Tribunal Regional do Trabalho. A proposta anterior do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) foi de 6,33%.

Passagem de ônibus

O reajuste da categoria irá influenciar no preço da passagem em Curitiba. A prefeitura aguarda a definição salarial e depois irá divulgar para quanto subirá o valor da tarifa.

Richa reitera que ajuda do estado será só com redução do ICMS

Vai mesmo ficar só na isenção do ICMS sobre o óleo diesel a contrapartida do governo do estado para conter a alta na tarifa do transporte coletivo em Curitiba e região metropolitana. O governador Beto Richa reiterou nesta segunda-feira (11) que o máximo que pode fazer é abrir mão do seu principal imposto para baratear os custos com combustível, item que mais encarece a tarifa depois dos salários. O prefeito Gustavo Fruet já havia dito que essa isenção não é suficiente.

Em maio acaba o subsídio anual de R$ 64 milhões do governo estadual para o sistema integrado de transporte coletivo. Hoje, essa contribuição ajuda a reduzir a tarifa em R$ 0,18, enquanto a desoneração do ICMS sobre o óleo diesel não chegaria a R$ 0,05, conforme cálculos da prefeitura. Ou seja, o usuário vai acabar tendo de arcar com a diferença toda vez que passar pela catraca.

"Se não fizemos mais é porque não temos condições", justificou o governador. O fim do subsídio do governo pode trazer impactos à tarifa integrada do sistema de transporte público entre Curitiba e a região metropolitana. Sobre um eventual fim da integração, Richa disse que isso "preocupa", mas está seguro de que não chega a tanto. "Não acredito que isso vá acontecer." Para ele, seria uma situação inusitada no Brasil e, portanto, impensável.

O impasse está posto, uma vez que Gustavo Fruet já disse que a prefeitura de Curitiba só pode garantir a tarifa da capital, cabendo ao governo do estado garantir a tarifa para os municípios da região metropolitana.

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