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Greve de motoristas e cobradores deixou Curitiba e região sem ônibus por quatro dias em janeiro. | Antônio More/Gazeta do Povo
Greve de motoristas e cobradores deixou Curitiba e região sem ônibus por quatro dias em janeiro.| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

Anuênio

O pedido dos empresários, na última quinta-feira (5), para “travar” a oito anos de trabalho o anuênio dos motoristas e cobradores foi o ponto de impasse das negociações salariais da categoria. Atualmente, o anuênio corresponde a um reajuste automático e anual de 2% sobre os salários dos trabalhadores.

Motoristas e cobradores de Curitiba e região retiraram na sexta-feira (6) o indicativo de greve da categoria, aprovado na quinta-feira (5). A decisão foi tomada após uma reunião com representantes de empresas que operam o sistema de ônibus de Curitiba na Procuradoria Regional do Trabalho do Paraná. Segundo o sindicato que representa os trabalhadores (Sindimoc), o sindicato patronal (Setransp) retirou a proposta de limitar o anuênio a oito anos e isso possibilitou a retomada das negociações.

Com a decisão do Sindimoc, a paralisação do transporte público da capital e de mais 13 municípios da região metropolitana, que estava prevista para iniciar na próxima segunda-feira (9), fica suspensa. A última greve da categoria durou quatro dias. Insatisfeitos com atrasos constantes no pagamento de verbas salariais, motoristas e cobradores fizeram uma greve que durou quatro dias em janeiro deste ano.

Segundo o presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira, foi a abertura dos empresários que permitiu a retomada da negociação. “Fomos convocados hoje [ontem] para a reunião pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e o sindicato patronal retirou a questão do anuênio. Agora, vamos consultar a categoria sobre [o assunto]. Estamos perto da finalização da negociação.”

O Setransp confirmou a retirada da proposta para limitar o anuênio e informou que espera que a negociação avance. A intenção, de acordo com o sindicato patronal, é que a database seja negociada e pactuada sem prejuízo para os usuários de transporte público na capital.

O procurador chefe do Ministério Público do Trabalho, Gláucio Araújo, afirmou que os empresários foram convencidos de que o momento não permitia “alargar” a negociação. “A posição do Ministério Público era de focar nas principais cláusulas e não abrir o leque de temas. Qualquer outra discussão deveria ser deixada para o futuro e o sindicato patronal entendeu que não era o momento de trazer outras questões”, afirmou.

Reajuste

A sugestão do MPT foi de um reajuste salarial de 9% (sendo 1,87% acima da inflação), R$ 415 de vale-alimentação e abono salarial em parcela única de R$ 350. Os trabalhadores pedem reajuste de 10,34% e os empresários oferecem 7,13% (apenas a inflação).

O Sindimoc deverá levar as propostas patronal e do MPT à categoria. As assembleias ainda não estão marcadas, mas devem ocorrer na segunda-feira (9), uma vez que a entidade se comprometeu a responder ao procurador até as 18 horas de segunda.

Da reunião de ontem também ficou acertado que o Setransp irá pagar os débitos atrasados com o Sindimoc relativos à assistência médica da categoria. A divida total, segundo os trabalhadores, é de R$ 2,2 milhões. A primeira parcela deverá ser quitada até 25 de março e as demais serão pagas em até seis vezes.

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