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O Ministério Público do Rio pediu, nesta sexta-feira (9), a inclusão do tio do menor de 17 anos que confessou ter participado do sequestro de Eliza Samudio no Programa estadual de Proteção às Vítimas e Testemunhas de Infrações Penais (Provita). A determinação foi da promotora Mônica Marques, presidente do Provita.

Segundo o MP, a promotora determinou a abertura do processo de inclusão provisória do tio do menor no sistema. O homem procurou a Divisão de Homicídios (DH) do Rio e alegou que vinha sofrendo ameaças de morte desde que fez as primeiras denúncias à imprensa contra o goleiro Bruno, o amigo Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, e outros suspeitos.

Uma equipe técnica do Provita deve ouvir o tio do menor na próxima semana. Em seguida, o Conselho Deliberativo do programa irá votar a inclusão do homem no programa de proteção. Com medo de possíveis represálias, o tio do menor, que é motorista de onibus, disse que estava dormindo em um hotel.

"Um carro preto com quatro pessoas foi na minha rua perguntando por mim e os vizinhos me ligaram para avisar para eu tomar cuidado", afirmou ele.

Ele informou ainda que isso teria acontecido na quarta-feira (7). Na quinta-feira (8), as ameaças cessaram porque os jornalistas já estavam no local, em São Gonçalo, na Região Metropolitana.

A informação no Centro de Recursos Integrados de Atendimento ao Adolescente (CRIAAD), na Ilha do Governador, onde o menor está acautelado desde quinta-feira (8), é que nenhum familiar visitou o adolescente nesta manhã.

Eliza Samudio é ex-namorada do goleiro e está desaparecida desde o início de junho. O goleiro e o amigo se entregaram na tarde de quarta-feira (7) na Polinter do Andaraí, na Zona Norte, após terem a prisão temporária decretada. Eles foram indiciados por sequestro e lesão corporal. Segundo o delegado Felipe Ettore, da DH, Bruno foi indiciado como o mandante do sequestro.

Sequestro e cárcere privado

Na quinta-feira (8), a Justiça do Rio decretou a prisão preventiva do goleiro e do amigo pelo sequestro e cárcere privado de Eliza Samudio, em outubro do ano passado. Na decisão, o juiz Marco José Mattos Couto, da 1ª Vara Criminal, afirma que os fatos recentes mostram a periculosidade dos réus em coagir testemunhas no curso do processo.

No documento, o magistrado diz que não se pode ignorar a notícia da prisão temporária dos réus no inquérito que apura o desaparecimento de Eliza e as ameaças que o jogador havia feito à ex-amante. "O que se percebe é que a ameaça, ao que parece, se concretizou. Demonstrada, pois, a periculosidade dos réus. Portanto, deixar os réus em liberdade nestes autos, em verdade, significaria incentivá-los a continuar usando de meios violentos contra as pessoas que deles porventura discordem".

Interrogatório

O jovem de 17 anos, que foi apreendido pela polícia na casa do goleiro, prestou depoimento por mais de sete horas na terça-feira (6), na Divisão de Homicídios do Rio. O interrogatório pode ajudar a polícia a desvendar todo o mistério em torno do desaparecimento de Eliza. Ele foi levado para Minas, para ajudar nas investigações que estão centralizadas por lá.

O adolescente foi encontrado na casa do jogador na tarde desta terça-feira, após uma denúncia. O goleiro Bruno estava em casa e abriu a porta para os policiais. De acordo com a polícia, o depoimento do menor foi considerado esclarecedor, apesar de ele ter entrado em contradição várias vezes. Durante o interrogatório, ele confirmou que Eliza está morta.

Segundo a polícia, o adolescente mentiu em alguns momentos. No interrogatório, de acordo com a polícia, ele contou que ajudou o Luiz Henrique Romão a levar Eliza Samudio e o bebê do Rio para o sítio do goleiro, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG).

Transferência

No fim da tarde de quinta, a 38ª Vara Criminal do Rio determinou a transferência de Bruno e Macarrão para Minas, onde está sendo investigado o caso. O pedido havia sido feito pela Polícia Civil mineira. A decisão é do juiz Jorge Luiz Le Cocq. "No sentido que o crime de sequestro é conexo com o homicídio, a competência é do Tribunal do Júri de Contagem, Minas Gerais" disse em sua decisão.

Segundo a delegada-adjunta da Delegacia de Homicídios de Contagem, Alessandra Wilke, há um mandado de prisão temporária contra Bruno expedido em Minas Gerais. "Temos um mandado de prisão temporária expedida pela vara do Tribunal de Justiça de Contagem com prazo de 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias", afirmou.

O avião Bandeirantes da Polícia Civil de Minas Gerais deixou o Aeroporto Santos Dumont, às 21h47 de quinta-feira, com destino a Belo Horizonte, com Bruno e Macarrão a bordo. A aeronave pousou no Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, às 23h05. Do aeroporto, eles foram escoltados para o DI, na Lagoinha.

Ao descer do carro da polícia, Macarrão cobriu o rosto com a blusa e foi escoltado por policiais até a delegacia. Já o jogador entrou sem algemas e não escondeu o rosto. O goleiro, o amigo e o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, também conhecido por Bola, realizaram exames de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML), e foram levados para a penitenciária.

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