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A marcha promovida pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) entre Feira de Santana e Salvador, as duas maiores cidades baianas, chegou ao fim nesta segunda-feira (26), após uma semana. Os cerca de 5 mil integrantes da caminhada entraram na capital na manhã desta segunda e seguiram na direção da Rótula do Abacaxi, principal entroncamento viário de Salvador. A marcha interrompeu uma das faixas da BR-324 - a rodovia mais movimentada do Estado -, causando congestionamentos de 10 quilômetros na estrada, sentido Salvador.

Ao chegar à Rótula do Abacaxi, os sem-terra promoveram uma manifestação, lembrando os 14 anos do chamado Massacre de Eldorado dos Carajás - quando 19 sem-terra foram mortos em confronto com a Polícia Militar do Pará, em 17 de abril de 1996. Em seguida, os manifestantes montaram barracas na estação da linha do metrô que está sendo construída no local. Eles pretendem acampar no local, hoje, e seguir para o Centro Administrativo da Bahia, sede do governo estadual, amanhã (terça-feira). Os manifestantes exigem mais rapidez nos processos de assentamento de sem-terra, dentro da mobilização nacional conhecida como abril vermelho.

"Mas nossa maior mobilização, nacionalmente falando, este ano, é contra a crescente tentativa de criminalização dos movimentos sociais", disse a diretora estadual do MST, Vera Lúcia Barbosa. "Precisamos chamar a atenção contra esse movimento das elites de tentar transformar movimentos legítimos em atos criminosos." De acordo com ela, a mobilização, na Bahia, também tem como metas cobrar mais agilidade na liberação de terras para assentamentos - segundo Vera Lúcia, há 25 mil famílias no Estado aguardando regularização de assentamento - e reivindicar, do governo do Estado, o cumprimento de melhorias de infraestrutura que teriam sido acordados em mobilizações anteriores. O MST informou que 10 mil famílias de assentados aguardam melhorias diversas em áreas ocupadas, de apoio técnico a construção de escolas.

Negociações

Durante a tarde, um grupo de 40 lideranças do movimento foi recebido na Secretaria de Agricultura para apresentar a pauta de reivindicações. Nesta terça, os diretores do MST esperam ter uma reunião com a direção do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Além de promover a caminhada de 110 quilômetros entre Feira de Santana e Salvador, o MST também invadiu, desde o início do mês, 16 fazendas na Bahia.

A mais recente ação foi na Fazenda Barrinha, de Eunápolis, extremo sul do Estado, na última quarta-feira. Cerca de 400 integrantes do movimento participam da invasão. A área, da Veracel Celulose, é usada para plantação de eucalipto. A Justiça já determinou a reintegração de posse e a Polícia Militar negocia a saída dos manifestantes da área.

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