Quase seis mil pessoas confirmaram, no Facebook, presença no encontro das mulheres “belas, recatadas e do lar”, que ocorre neste domingo (24) na Rua São Francisco, no centro de Curitiba. O evento foi organizado virtualmente por mulheres dispostas a contestar a polêmica gerada a partir de uma reportagem recente, que descreveu Marcela Temer, esposa do vice-presidente Michel Temer, como “bela, recatada e do lar”. O texto virou assunto nas redes sociais na semana passada, interpretado por muitos como uma classificação do que deveria ser o padrão feminino ideal .
Às 15h, o fluxo de participantes no ponto de encontro ainda era bastante discreto em relação ao total de confirmados na rede social, mas, segundo as organizadoras, a maior intenção do evento é aproveitar o momento para discutir de modo qualificado a importância da luta feminina. “Precisamos, cada vez mais, utilizar episódios como esse para intensificar o debate sobre o papel da mulher na sociedade. É preciso consciência para entender que o caminho deve ser o da revolução e do progresso, e não o da submissão”, defende Tânia Mandarino, integrante do Comitê de Mulheres pela Democracia do Paraná. A entidade apoia o ato democrático.
Para o estudante de direito Bernardo Forlin, participante do encontro, o perfil apontado pela reportagem representa uma clara tentativa de valorização do vice-presidente e desqualifica os direitos conquistados historicamente pelas mulheres. “Foram vitórias garantidas à duras penas, que não podem ser enfraquecidas. Se uma mulher deseja, por vontade própria, se enquadrar naquele padrão, este não é o maior problema. A crítica que deve ser feita é sobre o fato de ele ser incentivado e até imposto em um momento de liberdade como o que devemos viver”, conclui.
Movimentos semelhantes ao de Curitiba também acontecem em diversas cidades brasileiras.
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