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Em São Paulo, shopping consegue decisão contra "rolezinhos"

Folhapress

O shopping Campo Limpo, na zona sul de São Paulo, conseguiu na Justiça uma liminar (decisão provisória) contra um "rolezinho", que estava programado para esta quinta-feira. O evento estava sendo programado por movimentos de sem-teto.

Mesmo após a concessão da liminar, hoje, o centro comercial fechou as portas por volta das 16h30 incluindo a entrada principal. A segurança também foi reforçada no shopping.

A liminar aponta que "embora [os shoppings] sejam locais abertos ao público, são empreendimentos privados (...) Não se trata de "via pública", não se constituindo em local próprio e apropriado ao exercício do direito de liberdade de reunião e manifestação".

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A onda dos "rolezinhos", encontro entre jovens marcados nos shoppings, começou em dezembro, em São Paulo, mas já chegou a outros estados. Em Curitiba, há dois eventos marcados pela rede social Facebook, para encontros entre jovens no Pátio Batel. Até as 19h desta quinta-feira, cerca de 570 usuários confirmaram presença no #Rolezinho no Batel e no Rolezin no Batel .

Um dos eventos é público e não tem organizadores definidos. O outro tem seis organizadores. Ambos estão marcados para daqui a duas semanas, no domingo (26), a partir das 15h. Para descrever o evento, cita-se o apoio aos jovens dos rolezinhos de São Paulo, que teriam sido criminalizados, de acordo com as páginas.

Uma delas publicou um comunicado à imprensa, onde explica a motivação para o encontro. "Em apoio à galera de São Paulo, contra todas as formas de opressão, discriminação, criminalização e repressão contra pobres, negros(as), jovens e trabalhadores(as). A favor dos movimentos sociais", explica a nota. O grupo diz ainda que não há relação do evento com o grupo BlackBlocs ou partido político.

Um dos organizadores do evento, Paulo Henrique de Jesus, em entrevista à repórter Joana Neitsch, da Gazeta do Povo, disse que o evento é um recado da juventude da periferia. "O rolezinho é uma mensagem; 'ei eu existo! Também posso'. Estão implícitas neste movimento várias questões políticas e sociais. O que assusta é a reação discriminatória de alguns que não conseguem ver além de seus preconceitos ou simplesmente não vislumbram que há mais coisas por trás de um simples rolê no shopping", aponta.

Outro lado

O shopping Pátio Batel, por meio de sua assessoria de imprensa, diz que em nota que a "principal preocupação, em qualquer situação, é garantir a segurança e o conforto para todos os clientes, funcionários e lojistas. Ocorrências assim exigem atenção como qualquer aglomeração de pessoas".

O presidente do Sindishopping, sindicato dos lojistas dos shoppings de Curitiba, Erico Morbis, diz que não haverá proibição para ninguém entrar nos estabelecimentos e se houver algum problema, irão solicitar reforço policial porque os seguranças de shoppings são apenas operacionais. "Temos discutido a possibilidade de buscar na Justiça alguma medida cautelar, para o caso de, se houver problemas maiores, a gente ter amparo do poder público. Mas isso ainda não está definido", aponta.

De acordo com ele, em Curitiba, esse movimento não é novo. "Nós tivemos problemas há anos no Palladium e no shopping Estação, com grande concentração de pessoas que marcavam encontros nos estabelecimentos. Isso não é novidade", comenta.

"Rolezinhos" anteriores

Em 2008, alguns dias depois da inauguração do shopping Palladium, no Portão, foi barrada a entrada de 150 pessoas que, de acordo com a empresa "queriam entrar de uma só vez" no local. A medida foi para evitar arrastões e manter a segurança dos consumidores.

Em 2005, foram registradas ocorrências de brigas entre gangues marcadas para acontecer dentro de shoppings da região central da cidade, como o Curitiba e o Estação.

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