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A estudante Nayara Silva foi escolhida para ser a primeira a falar à Justiça na manhã desta quinta-feira (8) no Fórum de Santo André, no ABC paulista, no processo que apura o assassinato de sua amiga Eloá Pimentel em outubro do ano passado.

Nayara e a amiga foram mantidas reféns no apartamento da família de Eloá pelo ex-namorado da adolescente, Lindemberg Alves, que é acusado de ter matado a garota.

Nayara está depondo desde as 9h20 e pediu para Lindemberg ser retirado da sala enquanto ela é ouvida. Outras testemunhas também devem falar à Justiça nesta quinta.

O promotor do caso, Antonio Nobre Folgado, afirmou que "é praticamente impossível" que Lindemberg não vá a júri popular. "Saindo a pronúncia hoje, haverá um prazo de cinco dias para que a defesa recorra. Se não houver recurso o julgamento será dentro de dois, três meses, acredito", afirmou Folgado. "Se todas as testemunhas comparecerem, muito provavelmente a decisão sai ainda hoje."

Os depoimentos desta quinta serão dados para que o juiz José Carlos França Carvalho Neto, da Vara do Júri de Execuções Criminais de Santo André, possa decidir se Alves vai ou não a júri popular. "Espera-se que todas as testemunhas venham depor, sejam ouvidas e logo em seguida o réu interrogado. Logo depois, haverá os debates entre promotor e defesa", explicou.

Se uma das testemunhas faltar, pode haver uma continuação nos depoimentos, provavelmente na sexta-feira (9). O promotor vai ouvir as quatro vítimas – Nayara, os outros dois adolescentes que foram mantidos reféns no primeiro dia de sequestro e um policial militar – e uma testemunha de acusação – o irmão de Eloá, que estava com Lindemberg antes do crime. "Ele foi levado para fora do apartamento por Lindemberg. Vai provar justamente que a intenção de cometer o crime já estava premeditada", diz o promotor. No total, 22 pessoas serão ouvidas.

Folgado também explicou que para a decisão, o juiz verifica se há dois requisitos no processo: prova da materialidade do crime e se há indícios suficientes de que o acusado seja o autor desse crime. "Nesse caso não há duvidas", afirmou o promotor, que também disse que ficou comprovado que Lindemberg procurou se proteger antes de efetuar os disparos contra as adolescentes.

Chegada ao Fórum

O acusado de sequestrar jovens e assassinar a ex-namorada, chegou escoltado pela polícia por volta de 8h20.

Ele havia deixado a penitenciária de Tremembé (138 km de SP) em direção ao fórum, perto das 6h10. Nayara chegou ao fórum logo em seguida, por volta de 8h35. Ela não falou com a imprensa. A advogada de Lindemberg, Ana Lucia Assad, chegou por voltadas 8h50, sem falar com os jornalistas.

Lindemberg responde por homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima), tentativa de homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima) com relação a Nayara, e tentativa de homicídio qualificado (para assegurar a execução de crimes) em relação ao sargento da Polícia Militar contra quem Lindemberg atirou.

Além disso, ele foi denunciado pelo Ministério Público cinco vezes por cárcere privado qualificado em relação a Nayara (duas vezes), a Eloá e aos outros dois adolescentes mantidos reféns no primeiro dos cinco dias do seqüestro. Ele também foi denunciado quatro vezes por disparo de arma de fogo.

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