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Rio de Janeiro - A Defesa Civil de Niterói, cidade mais atingida pelos temporais da semana passada no estado do Rio, anunciou ontem que há 130 pontos de deslizamento iminente no município, principalmente nos bairros Santa Bárbara e Caramujo. Cerca de mil pessoas que moram nessas regiões serão removidas. Com isso, sobe para 7 mil o número de desalojados na cidade. Os des­­li­­zamentos provocaram a morte de 166 pessoas em Niterói, 43 delas no morro do Bumba. Em todo o estado, até o início da noite de ontem eram contabilizados 251 mortos.

O governador do Rio, Sérgio Cabral, anunciou ontem a compra de três terrenos do Exército para a construção de unidades habitacionais destinadas a famílias retiradas de áreas de risco. Ele não informou a data da compra nem quantas casas serão construídas. Os terrenos ficam no Rio, em Niterói e em São Gonçalo. Segundo Cabral, serão investidos R$ 46 milhões.

Ineficiência

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, admitiu ontem que houve falha do poder público para evitar a tragédia. "Sem­pre há [falhas]. Foi um misto de efeitos da tempestade somados à ineficiência do poder público, leniência com ocupações irregulares e investimentos não feitos. Talvez nesse ano que estou no governo pudesse ter feito mais do que fiz", disse, ao deixar reunião com a ministra Erenice Guerra, da Casa Ci­­vil, na qual tratou da liberação de R$ 90 milhões emergenciais.

Unidades de ensino do estado do Rio já voltaram a funcionar, mesmo mantendo desabrigados em suas dependências. Das 18 escolas usadas como abrigo, em sete as aulas já reiniciaram. Ontem, moradores que estão abrigados em uma escola municipal no Morro do Borel, na Tijuca, fizeram uma manifestação pedindo mais atenção por parte do poder público. As 223 pessoas estão alojadas no Centro Integrado de Educa­ção Antoine Maga­rinos Torres Filho, que tem 540 alunos.

Em São Gonçalo, região metropolitana do Rio, uma ação de reintegração de posse de um conjunto popular para onde a prefeitura pretendia levar famílias desabrigadas revelou um suposto esquema de corrupção na Secretaria Muni­cipal de Habitação. Pessoas que invadiram o local disseram que pagaram propina ao funcionário da prefeitura responsável pela organização do conjunto. A taxa variava de R$ 200 a R$ 500.

Pedra

A rodovia Rio-Santos (BR-493) foi totalmente liberada para o tráfego no fim da tarde de ontem na altura do km 455, onde uma pedra de 80 toneladas havia rolado para a pista. A pedra foi dinamitada. A Rio-Santos ficou interditada na madrugada de terça-feira. Depois, o tráfego foi liberado em meia pista.

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