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Formas mais baratas e rápidas de construção são uma das soluções para driblar o preço alto dos terrenos e a falta de mão de obra qualificada. Entre os métodos relativamente novos está a alvenaria estrutural – técnica em que as próprias paredes é que sustentam o edifício, em vez de vigas e pilares. "Para os prédios populares é a técnica mais largamente usada hoje, em torno de 90% das obras", diz o coordenador da área de Engenharia da Caixa Econômica Federal na regional do Paraná, Walmick Aparecido Souza Grassi. Ele conta que também há duas empresas começando a investir na construção de prédios com placas de cimento pré-moldado.

Na construção de sobrados e casas, no entanto, o que predomina é ainda alvenaria tradicional, de tijolos cerâmicos e cimento. Qual o problema nisso? Enquanto uma casa convencional de 40 metros quadrados leva meses para ficar pronta, uma de placas pré-moldadas leva cerca de 10 a 15 dias. "É claro que para cada projeto a empresa precisa avaliar a questão de custos e legislação, que diferem de uma localidade do Brasil a outra. É preciso também provar, na hora da avaliação do projeto pela Caixa, que esse método diferente é mais viável economicamente que o tradicional." O método precisa também ter sido avaliado e estar chancelado pelo Ministério das Cidades para que o projeto seja aprovado pela CEF.

Para o professor da Univer­sidade Federal de Santa Catarina e mestre em Planejamento Urbano e Regional, Luís Fugazzola Pimenta, falta um planejamento de mais longo prazo na indústria da construção civil, especialmente por parte do Estado, que teria um papel incentivador de novas tecnologias em busca de baixos custos.

Em Curitiba, a Vila Tecnológica, lançada em 1995, no Bairro Novo, é hoje um conjunto de 20 casas obsoletas. Para o ano que vem, o presidente da Cohab Curitiba, João Elias de Oliveira, pretende retomar o projeto, mas ainda não começou a prospecção de novos métodos e materiais.

Edifícios

Junto com as novas tecnologias, a verticalização é apontada por Pimenta como a melhor solução para a habitação popular, mas não exatamente como tem sido feita no Brasil. Ao invés de grandes condomínios distantes do comércio e dos serviços, ele aposta em prédios de, no máximo, dez pavimentos, encaixados em um tecido urbano já estruturado e mesclado socialmente. "Só que uma política dessas não tem custo zero (ou quase), como a que vem sendo praticada", critica.

O diretor de Obras da Cohapar, Celso Luiz Fernandes, levanta ainda um desafio cultural para a verticalização. "As famílias que se mudam para os novos conjuntos têm de aprender a viver, pela primeira vez, em comunidade. Isso é ainda mais intenso quando pensamos em vizinhos de apartamento, que precisam se relacionar para decidir coisas juntos e pagar condomínio."

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