• Carregando...

Cinco dias após o acidente com o ônibus da Colitur que deixou 15 mortos em Paraty, um outro veículo da empresa se envolveu em uma colisão que causou duas mortes na rodovia Rio-Santos, próximo ao bairro de São Roque, neste mesmo município, localizado na Costa Verde do Estado do Rio.

De acordo com informações do Corpo de Bombeiros da região, o ônibus da Colitur bateu em um carro de passeio às 21h25, no trecho do KM 554. Emília Silva, 40, e Maria Loreno, 20, morreram no momento do impacto. Elas estavam no Gol atingido pelo ônibus.

Outros três feridos, que também estavam no carro, foram levados para hospitais do município de Paraty.

Mário Batista, inspetor de tráfego da Colitur, disse à Folha que o ônibus da empresa parou em um ponto de passageiros quando foi atingido pelo Gol branco. “O carro não freou e bateu na traseira do ônibus.”

No último domingo (6), um ônibus da viação Colitur seguia do centro de Paraty para Trindade, bairro a 32 km de distância. No trajeto pela Estrada de Trindade – uma via pública municipal – o ônibus tombou no acostamento.

De acordo com relatos de passageiros, o motorista disse segundos antes da batida que o veículo estava sem freio.

Infrações em série

Em 2005, o Ministério Público estadual instaurou uma investigação contra a Colitur Transportes Rodoviários pelas “péssimas condições dos ônibus que trafegam pelo município de Paraty”.

Há dez anos, a investigação começou com 534 assinaturas da Associação de Moradores, Agricultores e Pescadores de Barra de Corumbê. Na ocasião, a denúncia relatava que os veículos trafegavam em péssimas condições, os motoristas eram despreparados e a empresa estava envolvida em uma série de acidentes.

A associação ainda narrava na denúncia que os veículos da Colitur enviados a Paraty vinham sucateados de cidades maiores da região sul fluminense, como Volta Redonda e Barra Mansa (RJ), onde está a sede da empresa.

Uma ação civil pública é acompanhada pelo promotor Alexander Veras, que atua em Angra dos Reis (RJ). A ação trata da má prestação de serviços pela empresa, como também vícios na concessão pública realizada sem licitação.

Por 30 anos, a Colitur atuou em Paraty por uma concessão do município e não por um processo licitatório. Para essa concessão bastava aprovação da Câmara Municipal.

Em 2002, o Tribunal de Justiça do Rio decidiu que essa medida era inconstitucional, mas mesmo assim a empresa continuava operando sem licitação. Apenas em fevereiro deste ano o prefeito Carlos José Gama Miranda, o Casé (PT), interrompeu a concessão e decidiu abrir um processo de licitação. Até o momento, a licitação não foi concluída.

Segundo a prefeitura de Paraty, em dois anos, a Colitur já foi alvo de mais de “100 notificações aplicadas pela prefeitura”.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]