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Sting: sem dom para as rimas | Arquivo Gazeta do Povo
Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

Tarifas serão mais baixas que as cobradas no Paraná

Curitiba – As tarifas que serão cobradas pela espanhola OHL Brasil, que arrematou os três lotes de rodovias federais que cortam o Paraná, serão bem mais baixas do que as praticadas hoje pelas concessionárias que já atuam nas estradas privatizadas no estado.

O pedágio cobrado pela empresa entre Curitiba e São Paulo pela Régis Bittencourt (BR-116) – uma distância de 400 quilômetros com seis praças de cobrança – será de R$ 8,20 para carros de passeio contra os R$ 10,90 praticado pela Ecovia no trecho entre Curitiba e Paranaguá, em um percurso de 100 quilômetros e com uma única praça. A tarifa cobrada entre Curitiba e Florianópolis, por sua vez, será menos da metade do que a cobrada até o litoral paranaense: R$ 5,10 em um total de cinco praças. Leia matéria completa

A espanhola OHL vai administrar os três trechos de rodovias federais que passam pelo Paraná. Com preços "imbatíveis", a empresa foi a grande sensação do leilão dos sete lotes de estradas federais, que ocorreu na tarde desta terça-feira (9), na Bovespa, em São Paulo. A OHL levou também outros dois trechos, acumulando cinco dos sete lotes disponíveis.

A oferta da Copel para a cobrança do pedágio nas BRs 116, 376 e 101, entre Curitiba e Florianópolis, foi quase o dobro da proposta vencedora. A empresa espanhola OHL ofereceu R$ 1,028 pela cobrança. Já a estatal paranaense fez a oferta de R$ 1,950, um deságio de 29,19% do preço proposto no edital da Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT), que era de R$ 2,754. Segundo a assessoria de imprensa da Copel, a oferta da estatal foi a sexta melhor, entre as 17 participantes, para o edital número 3.

A proposta da OHL ficou 62,67% mais baixa que o valor máximo estipulado pelo governo. No trecho entre Curitiba e Florianópolis, serão cinco praças de pedágio e o investimento previsto é de R$ 3,5 bilhões ao longo dos 25 anos de concessão. O motorista que for de carro de Curitiba para a capital catarinense vai ter que desembolsar R$ 5,14.

A OHL também vai administrar os outros dois trechos que cortam o Paraná. Na rodovia Régis Bittencourt (BR-116), que liga Curitiba a São Paulo, o preço do pedágio será de R$ 1,364. O preço máximo que poderia ser cobrado era de R$ 2,68, valor definido no edital da ANTT. Com isso, houve um deságio de 49,20%. Ou seja, a metade do preço.

Na BR-116, entre Curitiba e São Paulo, serão seis praças de pedágio numa extensão de 401,60 quilômetros. O investimento deve ser de R$ 4,3 bilhões na estrada. O custo para o motorista que viajar pela estrada será de R$ 8,18.

A OHL administrará também o trecho que compreende a BR-116 Sul, entre Curitiba e a divisa de Santa Catarina com o Rio Grande do Sul. A empresa ofereceu a cobrança de pedágio a R$ 2,54 para as cinco praças de pedágio previstas para o trecho no edital. O teto estipulado pelo governo federal era de R$ 4,18. Houve um deságio de 39,35% no preço sugerido em edital. O motorista que passar por todas as cinco praças de pedágio do trecho vai pagar R$ 12,70. A OHL deve fazer um investimento de R$ 1,8 bilhão na rodovia, durante os 20 anos de concessão.

Paranaenses fora

Nenhuma empresa paranaense que participou dos lances ganhou concessões. As empresas do estado que participaram do leilão na Bovespa foram a Copel, a Ecorodovias, controlada pelo grupo CR. Almeida, e o grupo J. Malucelli. Nenhuma conseguiu apresentar os menores valores cobrados pelo pedágio e ficaram sem as concessões. Pelo edital da ANTT, vencia quem apresentasse a menor tarifa de pedágio.

O presidente da Copel, Rubens Ghilardi, afirmou que não tinha como a empresa competir com os valores propostos pela OHL. "Fizemos o melhor possível, dentro do reduzido prazo de 45 dias estabelecido pelo poder concedente, mas pelo que se viu, não havia condição de disputar contra os espanhóis, que repetiram no leilão de rodovias a mesma estratégia de disputa extremamente agressiva que outros grupos do mesmo país vêm praticando, por exemplo, nos leilões para novas linhas de transmissão de eletricidade, onde também estão arrematando tudo", afirmou Ghilardi à Agência Estadual de Notícias (AEN).

Outros lotes

Foram leiloados 2,6 mil quilômetros de estradas federais. Dos sete lotes de concessão na disputa, a OHL levou cinco. Além das estradas que passam pelo Paraná, a empresa foi vitoriosa no leilão do segundo lote de estradas, o da rodovia Fernão Dias (BR-381) - entre Belo Horizonte e São Paulo - que compreende 562,1 quilômetros. A empresa ofereceu R$ 0,99 pela cobrança do pedágio e ganhou. O preço máximo estipulado era de R$ 2,84. A diferença chegou a 65% a menos. Estão previstas oito praças de pedágio na Fernão Dias, com investimentos de R$ 4,6 bilhões

Quarto lote

A espanhola ofereceu o menor valor para o pedágio, de R$ 2,25 , na BR-101, no trecho entre a divisa do Espírito Santo com o Rio de Janeiro e a ponte Rio-Niterói. O teto era de R$ 3,82. No total, serão cinco praças na BR-101, numa extensão de 320,1 quilômetros. A previsão é que sejam necessários R$ 2,5 bilhões durante os 25 anos de concessão.

Liminar

O leilão da Bovespa ficou suspenso por cerca de 15 minutos por causa de uma liminar judicial. Uma empresa que teria sido desqualificada na primeira etapa conseguiu um mandado de segurança. No entanto, o governo conseguiu derrubar a liminar e os lotes voltaram a ser leiloados.

Quinto lote

A BRVias ganhou a concessão para o quinto lote de estradas federais, que compreende o trecho paulista da rodovia Transbasiliana (BR-153). A empresa ofereceu a tarifa de R$ 2,45 por pedágio e, como foi o menor valor apresentado, ganhou a concessão com um deságio de 40%. O teto da cobrança era de R$ 4,08. A rodovia tem 321,6 quilômetros e vai da divisa de Minas Gerais e São Paulo até a divisa de São Paulo com Paraná. Ao todo, serão quatro praças de pedágio no trecho e será exigido R$ 1,7 bilhão de investimentos nos 25 anos de concessão.

Sétimo lote

O último lote foi vencido pela empresa Acciona. O trecho de concessão é da BR-393, da divisa de Minas Gerais e Rio de Janeiro até a via Dutra. A rodovia tem 200,4 quilômetros e terá três praças de pedágio. O valor cobrado será de R$ 2,94 por praça. O teto da tarifa era de R$ 4,03.

Cronograma

Segundo a assessoria de imprensa da ANTT, até o dia 19 serão analisados os documentos de propostas comerciais das empresas vencedoras do leilão. Caso não apareçam irregularidades, o resultado será homologado e as empresas serão confirmadas como vencedoras. Depois dessa fase, será feita a assinatura do contrato.

Nos próximos seis meses após a assinatura do contrato, a concessionária que assumir o trecho terá que fazer obras de recuperação, manutenção e ampliação de capacidade das estradas. Os valores do pedágio são para veículos comuns. A cobrança só vai começar quando as obras nas estradas forem concluídas, o que deve acontecer por volta de julho de 2008, segundo previsão da agência. Quando a cobrança for iniciada haverá uma correção pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) sobre os valores definidos no leilão. Os preços também devem ser arredondados para facilitar a cobrança nas praças.

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