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O anúncio da Prefeitura de Curitiba, de que irá consultar empresas do setor para avaliar a viabilidade técnica e financeira do metrô da capital, indica que o projeto está em xeque. Os estudos e soluções frutos de uma década de trabalho, que consumiram cerca de R$ 11,5 milhões, deram resultado a um projeto "inconsistente", de acordo com a Comissão de Revisão do Projeto do Metrô de Curitiba. Os principais problemas apontados foram ter subestimado o custo da obra e superestimado o número de passageiros.

INFOGRÁFICO: Conheça os métodos de construção do projeto do metrô curitibano

"O custo que foi apresentado não faz nada, não cobre nenhum sistema", afirmou o prefeito Gustavo Fruet (PDT), em entrevista por telefone à Gazeta do Povo. O atual projeto previa a construção dos 14,2 quilômetros, entre a Cidade Industrial e a Rua XV de Novembro, mesclando o uso de metrô de superfície e Cut and Cover (túnel mais raso em um sistema em que se escava e cobre). O custo estimado era de R$ 2,3 bilhões, mas há uma sinalização de preferência pelo método Shield, método de escavação profunda, a pelo menos 30 metros da superfície.

Segundo Fruet, o custo do Cut and Cover é de, no mínimo, R$ 150 milhões por quilômetro, o que consumiria toda a verba disponível, sem prever os gastos com outras obras acessórias que seriam necessárias. "O recurso disponível não cobre o projeto que a prefeitura tinha. A ideia do Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) é para que a gente receba as propostas com viabilidade técnica e financeira. Poderá ser até o 'Cut and Cover', desde que alguém assuma que poderá fazer", diz.

Em Belo Horizonte e Porto Alegre, cidades que apresentaram projetos semelhantes na mesma época que Curitiba e também receberam verba do governo federal, também há percalços. No Rio Grande do Sul, as propostas para construção chegaram até R$ 9,5 bilhões, muito acima do orçamento disponível. Já em Minas Gerais, o governo do estado vai assumir parte da obra porque a prefeitura não tinha condições de tocar sozinha.

Prazo até agosto

O PMI determina um prazo de 90 dias para que empresas interessadas em fazer estudos complementares sobre o metrô proponham um projeto, que será avaliado por uma comissão técnica da prefeitura. Se for viável, um processo de licitação será aberto até o fim do ano. Essa agilidade no processo é necessária porque o prazo para inclusão do R$ 1 bilhão prometido pelo Governo Federal na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2014 termina no dia 14 de agosto.

Neste período, a prefeitura também avalia se vai poder bancar algum desses projetos iniciais ou terá de buscar alternativas. "Algumas alternativas não são excludentes, como melhorar o Interbairros e as ligações de Curitiba", diz Fruet, que adianta que o Ippuc estuda outras propostas, que não serão divulgadas no momento.

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