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Sem investimento maciço em obras de infraestrutura de mobilidade, cenas de congestionamento devem se tornar mais frequentes | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Sem investimento maciço em obras de infraestrutura de mobilidade, cenas de congestionamento devem se tornar mais frequentes| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Modelo exportação

O sistema Trânsito Rápido de Ônibus (BRT), usado em Curitiba nas linhas de biarticulados, deve ser implantado em outras nove cidades-sede da Copa do Mundo de 2014. Trata-se de uma medida mais barata, em relação ao metrô, que conta com linhas de tráfego exclusivas para ônibus maiores e estações fechadas para passageiros. Veja quais são as cidades:

Belo Horizonte

Cuiabá

Fortaleza

Natal

Porto Alegre

Recife

Rio de Janeiro

Salvador

São Paulo

Os problemas de mobilidade ur­­bana no Brasil se repetem há anos: excesso de veículos nas ruas, transporte coletivo deficitário – e precário, em alguns casos –, execução lenta de obras de infraestrutura e falta de ações conjuntas entre municípios da mesma região me­­tropolitana. De uns tempos para cá, no entanto, a situação tem se agravado. Com o bom momento da economia brasileira e o estímulo da indústria automotiva, ficou mais fácil comprar um veículo. Com isso, já chega a 47% o total de domicílios no país que têm automóveis ou motocicletas para atender o deslocamento dos seus moradores. Em 2008, o número era de 45,2%, segundo estudo do Insti­­tu­­to de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Esse movimento vai na contramão do que defendem especialistas de trânsito. Se não houver investimentos volumosos no transporte coletivo, a mo­­bilidade deve ficar cada vez mais comprometida e a cena urbana frequente será a dos congestionamentos.

Ao mesmo tempo, as principais capitais estão diante de uma oportunidade única, ao ter pela frente dois grandes eventos esportivos de potencial transformador. Com a Copa do Mundo de 2014 e a Olim­­píada de 2016, o Brasil deve receber bilhões em investimentos, dos quais uma boa fatia para a infraestrutura de transportes. Os principais projetos envolvem ampliação e construção de novas vias e, principalmente, a implantação do sistema Trânsito Rápido de Ônibus (BRT, na sigla em inglês) – estrutura que permite o deslocamento rápido dos passageiros por meio de estações de transferência e corredores exclusivos, como o sistema biarticulado de Curitiba. Das 12 cidades-sede da Copa, nove apresentaram projeto nesse sentido. As propostas, no entanto, não vão resolver todos os problemas, mas podem diminuir de forma considerável os gargalos da mobilidade urbana.

São Paulo é de longe o maior exemplo do excesso de veículos nas ruas, com sua frota de 6,9 mi­­lhões ante uma população de 11,2 milhões (média de um veículo a cada 1,6 habitante). Em 2010, a sa­­turação causou, em média, congestionamentos de 99,3 quilômetros nos horários de pico. Os desafios da mobilidade nas grandes cidades, no entanto, não são causados só pela multiplicação dos carros nas ruas. Em Salvador e no Rio de Janeiro, a configuração das vias, espremida entre os morros e o mar, dificulta a fluidez do trânsito.

A lentidão na execução de obras de infraestrutura é outro entrave. São Paulo e Cidade do México, por exemplo, começaram na mesma época a construção do metrô, no início da década de 1970. Hoje, a capital mexicana possui uma malha quatro vezes maior em extensão.

Além disso, há uma forte de­­manda por transporte coletivo de qualidade, o que, na visão de especialistas, significa atender itens como conforto, pontualidade, frequência e cobertura do trajeto aliados a uma tarifa condizente. Sem essas condições, a população prefere migrar para o transporte individual.

A implantação do BRT é o principal projeto de mobilidade urbana apresentado pelas cidades-sede da Copa para aliviar os gargalos. O modelo foi implantado com sucesso em Curitiba e exportado para Bo­­gotá, na Colômbia. De acordo com especialistas, como a demanda por transporte coletivo é alta nas cidades, o BRT corre o risco de já nascer operando no limite. O ideal, nesses casos, seria a implantação do metrô, mas que tem um custo final mais alto. Na capital pa­­ranaense, o sistema do biarticulado se mostra superlotado há anos, mas o projeto do metrô ainda não saiu do papel.

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Interatividade

Que obras deveriam se tornar prioridade para que o transporte em Curitiba melhore?

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