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Na última segunda-feira, o ministro da saúde, José Gomes Temporão, fez uma recomendação polêmica: que a população fizesse sexo como forma de combater doenças crônicas. A declaração, feita durante um evento de lançamento da campanha nacional de combate à hipertensão, causou repercussão, mas afinal: o ministro tem razão?

Segundo médicos e especialistas da área, sim, sexo faz bem para a saúde e melhora uma série de funções do organismo. Mas a frequência sugerida por Temporão foi um tanto exagerada. "Sexo cinco vezes por dia, como disse o ministro, é um pouco demais. Foi uma declaração infeliz", avalia o sexólogo e terapeuta sexual Amaury Mendes Junior, da Associação Brasileira de Estudos da Sexualidade Humana.

Tirando o exagero, a resposta é unânime. Fazer sexo melhora a autoestima, protege contra doenças cardiovasculares, relaxa, combate o estresse, alivia dores, melhora o sono e ainda por cima ajuda a perder peso. E tantos benefícios, segundo os especialistas, estariam mais ligados à qualidade do que à quantidade. "Não é nem tanto pelo número de vezes que você faz sexo por semana, mas pela qualidade das relações. Uma relação sem afeto não é tão benéfica quanto uma que tem envolvimento, intimidade. Quando há esse vínculo, o casal prolonga a relação e aí, claro, há maior desgaste, maior queima calórica e maiores são os efeitos no corpo", explica o especialista.

Durante uma relação sexual, o corpo inteiro está envolvido. Os vasos sanguíneos se dilatam, a pressão aumenta, a respiração se torna mais profunda, os músculos se contraem e uma série de reações químicas invade o organismo. Os resultados de tudo isso se refletem por todas as partes do corpo. O aumento no fluxo sanguíneo melhora a circulação e ajuda o coração a bater melhor. "Quem tem uma vida sexual ativa tem menos chance de sofrer um enfarte", enfatiza Mendes Junior. Sem falar que as carícias, beijos e principalmente o orgasmo liberam no organismo uma enxurrada de neurotransmissores como endorfina, dopamina e ocitocina, responsáveis pela sensação de bem-estar. Ou seja, sexo também previne contra estresse e depressão. Essas mesmas substâncias ainda atuam como analgésicos naturais.

De acordo com os especialistas, exercitar-se a dois também fortalece os músculos. Durante o sexo, o abdome, as coxas e o dorso são trabalhados. "O sexo é uma atividade benéfica para o organismo e que contribui para a estabilidade emocional do ser humano. Além disso, representa um exercício físico saudável, que tem alto gasto de energia e ajuda a manter um peso adequado", reforça o presidente da Sociedade Brasileira de Endo­crinologia e Metabologia, Ri­­­cardo Meirelles. Não precisa nem falar que, depois de tudo isso, o corpo relaxa e o sono também acaba sendo melhor.

Para a médica ginecologista Rosana Simões, coordenadora do ambulatório de sexualidade feminina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), além dos benefícios fisiológicos, o sexo ajuda a esquecer os problemas do dia a dia. "O sexo é o aspecto lúdico do adulto, é um momento de descontração, de relaxamento", diz. Segundo ela, uma vida sexual ativa desenvolve também uma melhor autoestima. "A pessoa se sente desejada, se cuida mais."

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