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Pelo menos 600 pessoas saíram às ruas de Cascavel, ontem de manhã, para protestar contra o aumento da violência. As estatísticas da Polícia Militar mostram que, nos primeiros meses de 2005, os furtos e roubos de carros aumentaram 37%; os homicídios tiveram alta de 10%; e os assaltos, 25%, em comparação com o ano anterior . O protesto ganhou força por causa de um "arrastão" dos bandidos na noite anterior, no bairro Country, área nobre de Cascavel. Seis pessoas foram esfaqueadas, torturadas ou baleadas – três casas foram invadidas por três homens armados num intervalo de 20 minutos.

Em uma das residências, os bandidos agrediram com faca e coronhada o casal Sueli e José D'Avila, de 79 e 73 anos. Estes e outros quatro feridos foram medicados e passam bem. Foram roubados jóias e dinheiro. A Central de Operações da PM e o Siate receberam uma série de chamados. Um quarteirão foi praticamente fechado com viaturas e ambulâncias do Siate. A ação dos bandidos deu força à passeata, prevista muito antes pelo Conselho Municipal de Segurança (Conseg). Entre os participantes estavam empresários, lideranças políticas, estudantes e trabalhadores.

Comerciantes fecharam as portas por 15 minutos em solidariedade ao ato. "A violência preocupa porque afeta tanto a empresa quanto o trabalhador", disse o gerente da Loja Manica, Rui Manica. O soldador Rosalvo Coleraus, 39 anos, empunhou uma bandeira preta contra a violência. Há duas semanas, o filho dele, Reiverson, de 16 anos, foi morto a tiros. O crime não foi elucidado.

Reiverson é mais um nas estatísticas. Foram 48 homicídios desde janeiro. No ano passado, 83 pessoas foram assassinadas, contra 75 em 2004. A maioria tinha entre 15 e 25 anos, praticamente a mesma faixa etária dos assassinos. Os fins de semana e a madrugada registram os maiores índices de crimes. A maioria (71%) é motivada por questões fúteis, enquanto 12% são por vingança. Os números revelam ainda que 86% dos homicídios ocorrem nos bairros e 80% das vítimas são mortas em via pública.

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