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Nina foi o primeiro animal comunitário a receber uma casinha custeada pelo Inos | Arquivo pessoal
Nina foi o primeiro animal comunitário a receber uma casinha custeada pelo Inos| Foto: Arquivo pessoal

Prefeitura vai cuidar dos cães que vivem nos terminais de Curitiba

Neste ano, os cães de rua que vivem nos terminais de ônibus de Curitiba passaram a receber cuidados da Rede de Proteção Animal da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA). O projeto Cães Comunitários, realizado em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Paraná (FAP), vai identificar, castrar, vacinar, monitorar e manter os animais que estão espalhados nos 22 terminais na capital. A estimativa do projeto é que sejam cadastrados, em média, dois cães por terminal, o que totalizaria aproximadamente 50 cães cuidados pela Rede de Proteção Animal.

De uns dias para cá, quem passa pela Rodoviária de Maringá se depara com uma casinha de madeira instalada logo na entrada. Em cima da "residência", uma placa indica quem é a dona daquele espaço: a cadela Nina. A "vira-lata" foi o primeiro animal comunitário da cidade a receber um "lar doce lar", custeado pela ONG Instituto Olhar Suficiente (Inos).

Segundo a presidente da ONG, Maria Helena Biff, o projeto surgiu a partir de uma lei estadual sancionada no início deste ano pelo governador Beto Richa (PSDB) e que institucionaliza a figura do animal comunitário – cães e gatos que vivem nas ruas, mas que recebem alimento e carinho dos moradores. A proposta, de autoria do deputado Luiz Eduardo Cheida (PMDB), prevê a identificação desses bichos, além da criação de programas de esterilização, ações preventivas contra o abandono e campanhas de incentivo à guarda responsável.

"A Nina é um animal que vive na rodoviária há pelo menos seis anos e que criou um vínculo não só com aquele espaço, mas com a comunidade do local, que cuida dela. Então apresentamos esta ideia de criar um lugar adequado pra ela ficar. A proposta foi bem recebida pelo Ministério Público [MP] e pelo Município", explicou Maria Helena.

Para a Nina ser reconhecida oficialmente como um animal comunitário, ela precisou ser vacinada, esterilizada e registrada pela ONG, que encomendou a casa. Feita com madeira de alta durabilidade, normalmente utilizada na construção civil, a casinha da cadelinha custou R$ 420.

A "residência" foi inaugurada no fim de outubro e contou com a presença de alunos de escolas de Maringá, que colaram adesivos no local. "Também queremos estimular a sensibilização das pessoas em relação aos animais. Muita gente que passa pela rodoviária tem visitado a Nina. A casinha virou um ‘point’ nos fins de semana", ressaltou a presidente da Inos.

Espaço virou "patrimônio" da rodoviária

De acordo com o diretor da Secretaria Municipal de Recursos Materiais, Abastecimento e Logística (Semat), Sérgio Boter, a casinha virou uma espécie de patrimônio para a rodoviária. Ele disse que, quando foi procurado pela ONG, achou a ideia interessante e não se opôs à instalação. "Cedemos o espaço, eles [ONG] cuidaram de toda a estrutura. Mas somos nós [da rodoviária] que zelamos pela ordem. O cuidado é feito juntamente com a vigilância de todo o terminal."

Segunda casa será instalada no Terminal Urbano

O próximo animal comunitário a receber uma casa será o cão Noinha, que há cerca de dez anos vive perambulando pelo Terminal Urbano de Maringá. De acordo com Maria Helena, a instalação deve ocorrer nas próximas semanas, com o início do projeto Natal Bom pra Cachorro. Na ocasião, as casinhas dele e de Nina receberão enfeites natalinos e a comunidade será orientada a como tratar corretamente os animais.

"Já recebemos contatos de pessoas de Maringá e de outras cidades interessadas no projeto. Queremos que a sociedade siga o exemplo e que também tome a iniciativa de cuidar desses animais", explicou a presidente da ONG, que também cuida de 23 animais em um abrigo.

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