Sete instituições reconhecidas pelo trabalho na Amazônia terão um reforço financeiro para continuar com sua atuação na região e iniciar novos projetos. O Fundo Vale, que será lançado oficialmente neste domingo, contará com R$ 51 milhões para investimentos em três anos.
Os beneficiados são o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), o Instituto Floresta Tropical (IFT), a The Nature Conservancy (TNC), o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), o Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), o Instituto Peabiru e o Instituto Socioambiental (ISA).
Os recursos do fundo serão usados em três áreas: no monitoramento do desmatamento, na criação e consolidação de Unidades de Conservação (como parques e reservas) e num projeto chamado Municípios Verdes, que foi criado com o objetivo de retirar as cidades da lista de campeãs de destruição da floresta.
O IFT, por exemplo, tem trabalhado com o Municípios Verdes em Almeirim (PA). A intenção é evitar que o local aposte na destruição da floresta para se desenvolver. "Almeirim é o terceiro maior município do Pará, com quase 73 mil km2, e ainda tem muita floresta. Queremos criar um novo modelo de desenvolvimento ali", conta Marco Lentini, diretor executivo do IFT. Para se ter uma ideia, a cidade de São Paulo tem 1.523 km2.
Para compor o fundo, os valores sairão do caixa da Vale com contrapartida de 20% por parte das ONGs, explica Vânia Somavilla, diretora de sustentabilidade da mineradora. "Pretendemos ainda buscar parceiros, como órgãos de fomento, fundos de pensão e bancos de desenvolvimento", diz Vânia.
Já o Imazon, que divulga mensalmente dados do desmate na Amazônia, passou a medir também a emissão de gases-estufa provenientes do desflorestamento e está criando um modelo de risco de desmate no curto prazo para identificar as áreas problemáticas e permitir que ações sejam feitas antes de o dano ocorrer. "Esperamos que a iniciativa possa inspirar outras empresas brasileiras", diz Adalberto Veríssimo, do Imazon.
Outra vertente do fundo será o incentivo às cadeias extrativistas em regiões como a Terra do Meio, no Pará. Segundo Patrícia Gomes, coordenadora do Imaflora, o objetivo é fortalecer comunidades que vivem de culturas como castanha e borracha natural. "Vamos identificar canais de comercialização para os produtos da floresta", diz. A expectativa é de beneficiar 200 famílias em 3 reservas extrativistas.
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