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O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) desencadeou na manhã desta quarta-feira (22) a operação Leite Compensado II. Trata-se da segunda fase de uma ação que começou no dia 8 de maio e que investiga um esquema de adulteração do leite através da adição de água, ureia e formol ao produto.

A promotoria cumpriu seis mandados de prisão e sete de busca e apreensão nos municípios de Rondinha, Boa Vista do Buricá e Horizontina, todos no Rio Grande do Sul. Os mandados de prisão preventiva foram expedidos contra os empresários transportadores de leite Antenor Pedro Signor e Adelar Roque Signor, o funcionário de ambos, Odirlei Fogalli e o empresário e vereador de Horizontina Larri Lauri Jappe.

O pedido de prisão preventiva foi renovado também contra o veterinário Daniel Riet Villanova, já recolhido no Presídio Estadual de Espumoso desde a primeira fase da operação. "Foi possível apurar a sua associação também com os fraudadores de Rondinha", explica em nota o promotor de Justiça Mauro Rockenbach, que conduziu a operação.

De acordo com a promotoria, Villanova era o elo entre os transportadores que captavam o leite cru no Rio Grande do Sul e a Confepar, uma união de cooperativas agropecuárias do Norte do Paraná. Segundo Rochenback, desde fevereiro deste ano a empresa paranaense estava ciente de que o leite cru recebido dos postos de resfriamento no Rio Grande do Sul, nos quais houve detecção de formol, não deveria ser utilizado na produção de leite UHT e pasteurizado.

O presidente da Confepar, Renato José Beleze, nega qualquer envolvimento no esquema da fraude. "O nosso leite é produzido com uma qualidade perfeita, as nossas análises são realizadas todos os dias e nunca detectaram adulteração. Também as análises realizadas pelo Ministério da Agricultura depois da primeira operação não deram problema nenhum", afirma.

Segundo Beleze, não há leite do Rio Grande do Sul comercializado no Paraná. "O leite vendido no Paraná é produzido no Paraná. Só a Coopeleite [uma das filiadas da Confepar] compra dos produtores do Rio Grande do Sul e comercializa no Rio Grande do Sul". De acordo com o empresário, o veterinário Villanova é um ex funcionário do Coopeleite que teria sido contratado em janeiro e demitido no começo deste mês quando começaram as investigações.

De acordo com Paulo César Garcia Rosado, advogado do veterinário Daniel Riet Villanova, ex-funcionário da Coopleite, a denúncia do MP não condiz com a realidade dos fatos apontada pelo seu cliente: "É um enorme equívoco. Meu cliente é acusado de deixar de fazer análise do leite, mas esse não era o papel dele. Ele era responsável de fazer o contato entre a cooperativa Confepar e os produtores do Rio Grande do Sul. Encontrava os produtores, fazia a negociação sobre a quantidade de leite e o preço e só. Não era obrigação dele fazer as análises do leite". Segundo Rosado, Villanova recebia um salário fixo e não tinha ligação nenhuma com as empresas transportadoras.

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