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Brasília – O primeiro teste para o ajuste fiscal de longo prazo será a discussão da proposta para o Orçamento de 2007, enviado ao Congresso na última quinta-feira.

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, reconhece que os números serão revistos "várias vezes", porque a proposta foi elaborada sem que suas diretrizes estivessem aprovadas pelo Legislativo.

Para o economista Raul Velloso a explicação é outra: por causa da proximidade das eleições, a proposta orçamentária não revela a austeridade que será exercida no ano que vem. "Em ano eleitoral, imagine se vão colocar na proposta do Orçamento o que vão fazer no ano que vem." Ou seja, a proposta orçamentária, que normalmente é acusada de ser uma peça de ficção, em 2007 estará mais próxima do realismo fantástico.

Velloso aponta dados que considerou "estranhos" na proposta. O primeiro é a projeção de crescimento da economia: 4,75%. Para este ano, as projeções oficiais são de 4% a 4,5%, mas o mercado acha que será algo na casa dos 3%. Portanto, crescer 4,75% no ano que vem parece excesso de otimismo. Se a economia não tiver o desempenho esperado, a arrecadação será menor do que os R$ 400,3 bilhões esperados para 2007, desequilibrando o Orçamento.

Outro ponto "estranho" para Velloso é que o programa Bolsa- Família terá, em 2007, a mesma verba recebida em 2006. "Esse não é um programa prioritário? Não era para aumentar o valor?" Ele suspeita que essa despesa esteja com uma previsão de verbas inferior ao que realmente se pretende gastar. "Não digo que será um ano de arrocho maior ou menor, mas será de austeridade", reconhece Paulo Bernardo.

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