Um homem de 31 anos foi apresentado pela Delegacia de São José dos Pinhais, na região metropolitana, nesta terça-feira (31), como um dos autores do assassinato de Maurício de Oliveira Souza, de 11 anos, que foi encontrado morto no domingo (29), em um matagal. O acusado, Reginaldo Martins do Santos, era padrasto do menino e havia quatro meses morava na casa da família. De acordo com a polícia, outros dois menores de idade também participaram do homicídio.
A iniciativa de matar o menino teria partido de um adolescente de 17 anos que, segundo a polícia, trafica drogas no bairro Jardim Alegria, onde o crime ocorreu. O menor teria prometido 15 gramas de crack a Santos e outro menor de idade, caso eles o ajudassem a matar Souza. De acordo com a polícia, o crime foi cometido porque o menino devia dinheiro ao jovem traficante. "A vítima, inclusive, foi viciada pelo padrasto, que o obrigava a cometer furtos para comprar droga", disse o delegado Osmar Dechiche.
Na noite anterior ao homicídio, padrasto e enteado, acompanhados de outro adolescente, teriam consumido as 15 pedras de crack fornecidas pelo traficante, na casa onde moravam. Ao amanhecer, o adolescente convenceu Souza a ir a uma padaria comprar pão e cigarro.
"Entretanto, tratava-se do plano para matar o menino. Em um matagal, este adolescente atingiu a cabeça da vítima com uma pedra. Santos e o outro adolescente, que estavam escondidos na mata, saíram e terminaram de matar o menino com várias facadas", relatou o delegado.
Roupas sujas
A polícia descobriu a autoria do crime depois de encontrar as roupas sujas de sangue no quintal da casa de um dos adolescentes. Segundo o delegado, após matar o menino, os três foram até um riacho e tentaram lavar as roupas. Como as manchas não foram removidas, o trio teria tentado atear fogo às peças.
De acordo com a polícia, depois que as roupas foram encontradas, o menor acabou confessando o crime e apontou a participação dos demais. O adolescente de 17 anos que teria sido o mandante do crime está foragido.
Santos foi indiciado por latrocínio (roubo seguido de morte), porque a polícia considera que, além de ter participado do assassinato, ele e os menores ficaram com os R$ 2,45 que a vítima levava para comprar pão. O menor apreendido foi encaminhado à Delegacia do Adolescente, em Curitiba.
Fuga
A mãe do menino, Paula Sílvia de Oliveira, de 34 anos, disse que estava se preparando para fugir de casa, pois temia agressões de Santos. De acordo com ela, o homem vinha apresentando sinais de violência e teria passado a andar armado com uma faca. "Na quinta-feira (26), ele bateu na mãe dele. E quem bate na mãe, é capaz de tudo", disse a mulher.
Segundo Paula, Santos não trabalhava e, frequentemente, recebia auxílio financeiro da mãe. Ela admitiu que o ex-companheiro era usuário de drogas e que chegou a ser agredida por ele.
Santos estava em liberdade condicional, depois de ter ficado cinco anos e oito meses preso por crimes como roubo, furto e tráfico de drogas. Após ganhar as ruas, ele chegou a ficar detido por 16 dias, no mês de maio, por reincidir nos delitos.Violência sexual
Quando o corpo do menino foi encontrado, ele estava com as calças arriadas. Por isso, chegou-se a cogitar que ele tivesse sido vítima de violência sexual. Entretanto, a polícia afastou essa possibilidade. De acordo com o delegado, a peça de roupa que a garoto usava saiu do corpo quando os autores do crime arrastaram-no, na tentativa de ocultar o cadáver.



