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Salvador (AE) – O polêmico padre José Pinto foi destituído de seu posto de pároco da Igreja da Lapinha. A decisão, tomada em janeiro pela Arquidiocese de Salvador, foi confirmada após uma reunião na sexta-feira, dia 24, entre o cardeal-arcebispo Geraldo Majella Agnelo e o padre superior-geral da Sociedade das Divinas Vocações, o italiano Ludovico Calbutto, que viajou de Roma especialmente para tratar do caso do padre Pinto, que passou a se comportar de maneira definida como não convencional após a Festa de Reis na Lapinha quando, entre outras coisas, rezou missa maquiado e fantasiado de orixá.

A decisão da Igreja foi comunicada oficialmente aos paroquianos na missa de ontem de manhã, na Lapinha, celebrada por Calbutto. Ele também anunciou que a partir de agora o novo pároco é o padre Roberto da Silva.

Padre Pinto foi "rebaixado" na hierarquia da Paróquia da Lapinha, mas não será expulso da Igreja e permanece membro da Congregação das Divinas Vocações. Contudo, perdeu sua residência na casa paroquial e terá de morar no quarto do fundo do centro comunitário da congregação, situado ao lado da Igreja da Lapinha. Se voltar a ter um comportamento que a Igreja considera normal, poderá voltar a celebrar missas.

O religioso chegou a ameaçar a revelar falhas de comportamento de integrantes da Igreja, que dizia ter conhecimento, caso fosse punido. A conversa com Cabultto o fez, contudo, mudar de idéia e ele aceitou as novas determinações sem maiores reações. Tanto que viajou para a Ilha de Itaparica para descansar, afastando-se do carnaval, festa que pretendia brincar desfilando no afoxé Filhos de Gandhy e circulando pelos camarotes.

Na Festa de Reis, Padre Pinto ficou sabendo que um grupo de paroquianos havia encaminhado um abaixo-assinado pedindo seu afastamento da paróquia. Ele teve um ataque histérico dizendo que só sairia da Igreja da Lapinha, onde está há 33 anos, "morto". Repetiu a frase várias vezes parecendo em transe até ser acudido por uma beata. Ele não apareceu mais na igreja naquele fim de semana.

Padre Pinto chocou paroquianos e a cúpula do clero baiano devido a algumas atitudes, como: um dia caracterizou-se de Rei Mago, outro participou de um balé vestido de índio, requebrou, saracoteou na nave da igreja e levou hóstia a uma mãe de santo de joelhos.

Após o episódio da Festa de Reis, o padre Pinto foi submetido a exames psiquiátricos, e a Arquidiocese de Salvador decidiu dar 15 dias de folga ao pároco, para que ele descansasse.

Apesar das atitudes polêmicas, Padre Pinto, que é artista plástico e tem formação em balé clássico, obteve o apoio de grande parte dos paroquianos e da população de Salvador.

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