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O pai de um dos três adolescentes acusados de fazer parte do grupo de skinheads que matou um jovem no início de setembro, em Curitiba, garantiu, em entrevista à Gazeta do Povo, que o filho vai se apresentar à polícia e que vai apontar quem teve participação direta na morte de Lucas Carvalho, de 18 anos. A vítima foi morta no dia 5 de setembro, depois de sair do Shopping Mueller com amigos.

"Ele [o jovem acusado] sabe quem foram as pessoas que deram as facadas e vai contar tudo à polícia. Ele vai contar sem medo, porque ele foi envolvido nesta história sem ter culpa", disse o pai do skinhead (ele não será identificado, já que o filho é menor de 18 anos).

O homem – que trabalha como motorista de caminhão – disse que o filho e outros dois amigos (também menores de idade e que também são procurados pela polícia) apenas acompanharam a perseguição à vítima. "Eles [o jovem e os amigos] viram a correria e foram atrás. Quando eles chegaram, os outros estavam esfaqueando o rapaz", afirmou.

O pai do acusado disse que foi surpreendido ao descobrir que o filho é suspeito de participação no crime. Ele diz que nunca notou qualquer sinal de desvio de comportamento do filho. "Eu sempre revistei a mochila dele e nunca notei nada. Quero acreditar que ele não tem nada a ver com isso. Enquanto essa história não acabar, eu não vou conseguir descansar", disse o motorista.

Na sexta-feira (8), a polícia conseguiu fotos em que os três menores que estão foragidos aparecem fazendo gestos nazistas.

Participação de todos

Em acareação realizada nesta semana pela Delegacia de Furtos e Roubos (DFR), o acusado Jean Michael Zampiva Mattos, o "Sombra", de 23 anos, disse à polícia que todos os sete skinheads que participaram do crime desferiram golpes de faca contra a vítima.

Diante dos outros acusados, Mattos teria afirmado que imobilizou Carvalho e lhe deu a primeira facada. Em seguida, Gabriel Cata Preta, de 18 anos (que está preso), teria esfaqueado a região temporal esquerda do rapaz. Esta versão bate com a de Fernando Santana, de 28 anos, que também está preso. Na sequência, Pedro "Pepo" teria dado pelo menos três facadas nas costas da vítima.

De acordo com a polícia, Carvalho foi perseguido e assassinado porque foi confundido com um punk que teria participado de um atentado contra Santana. Cata Preta confirmou esta informação.

O crime

Carvalho foi assassinado por volta das 19h15, depois de ter saído do Shopping Mueller, acompanhado de um grupo de amigos. Eles foram perseguidos por sete jovens e, na fuga, se separaram. Lucas Carvalho e um amigo foram alcançados próximo ao Cemitério Municipal.

De acordo com a polícia, Cata Preta e Mattos seguraram Carvalho pelo braço e os outros integrantes do grupo começaram a agredi-lo. A vítima foi atingida com vários golpes de faca e morreu a caminho do hospital.

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