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O açougueiro José Antônio Bezerra dos Santos, pai do soldado Rafael Oliveira dos Santos, 21 anos, assassinado por policiais civis depois de ter sido rendido por criminosos na noite de terça-feira, recriminou hoje as declarações do delegado Alan Turnowski, chefe das Delegacias Especializadas do Rio, durante o enterro do filho.

O policial defendeu ontem a ação policial que terminou com a morte do soldado, do vigilante Paulo Marcos da Silva Leão e dos três acusados de terem roubado o carro de Leão e feito o policial e o vigilante reféns em Brás de Pina, na zona norte do Rio.

O pai de Santos não deu entrevista. Fez um desabafo durante o sepultamento. Afirmou que Turnowski defendeu a ação porque "não foi com o filho dele".

De acordo com o delegado, os policiais "agiram corretamente na abordagem". Turnowski alegou que os criminosos atiraram e os policiais não tiveram alternativa. A mãe do soldado, doente, com dois tumores nos pulmões, não foi ao cemitério São Francisco Xavier, na zona norte.

"Foi uma covardia. Se tivesse sido com o filho dele ou de algum juiz importante, iam colocar 100 policiais, investigar e punir", declarou o pai, arrasado. Ele passou o enterro abraçado a Leonardo, irmão do soldado. Santos disse esperar que entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ajudem a família. "Meu filho morreu como um homem nas mãos de covardes.

Cerca de 100 pessoas acompanharam o enterro, entre elas cinco oficiais do Exército, incluindo o comandante do 2.º Batalhão de Infantaria Motorizada, coronel Pedro Hood Conrado, que determinou a abertura de Inquérito Policial Militar (IPM) para investigar a morte do soldado.

A família criticou o fato de a investigação da Polícia Civil ter ficado com a Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos (Drae), onde estão lotados os policiais que participaram da ação. O militar não quis comentar o caso. "O IPM vai apurar." O prazo para conclusão da investigação militar é de 40 dias, prorrogáveis por mais 30.

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