Bastante emocionados, os pais do menino João Roberto participaram na manhã desta sexta-feira (12) do programa "Mais Você", de Ana Maria Braga. Na conversa com a apresentadora, eles mostraram decepção com a sentença que absolveu um dos PMs suspeito de atirar no menino.
Segundo eles, não houve seriedade por parte de alguns jurados. O casal fez um apelo pedindo ao júri para agir com mais responsabilidade. O caso vai a recurso e o outro suspeito de atirar contra o carro onde estava João Roberto ainda será julgado.
A mãe de João, que está grávida de 3 meses e meio e espera uma menina que se chamará Amanda, comentou que alguns jurados cochilavam durante o julgamento.
"Tinha jurado lá cochilando, escrevendo. Você não via uma seriedade ali. Foi uma vida que foi perdida. Foi a vida do meu filho que foi perdida. Foi gente do povo que julgou. Aja com responsabilidade. Pense na conseqüência dos seus atos. Olhe com cuidado", desabafou a mãe, Alessandra Amorim .
Durante a conversa, ela reafirmou que fez "o dever de casa" e encostou o carro quando percebeu a presença da polícia.
"Revivo diariamente tudo e agora mais intensamente. Você se vê numa situação que nunca imaginou. Você está no meio de uma perseguição, faz o dever de casa, encosta o carro, dá passagem e eles (os policiais) não fazem o deles".
Ela conta que o próprio cabo absolvido, admitiu que errou, se confundiu e atirou e reafirma que não houve tiro de advertência. "Ele disse que tinha mandado eu sair do carro, mas não houve essa ordem. Se ele tivesse dado (a ordem) eu era a primeira a sair".
Indignado, o pai, Paulo Roberto, falou sobre o caso: "As pessoas têm que acreditar que eles não agiram como polícia. Eles simplesmente deram 17 tiros no carro da minha mulher". Paulo acredita que a sentença que absolveu o PM não foi justa. "Você está dando respaldo para que tudo continue do jeito que está".
Alessandra diz que esperava a condenação do PM. "Eu esperava a resposta da sociedade". E acrescentou: "Se você errou, que você seja responsabilizado na medida do seu erro". Paulo falou que não se trata de vingança. "Não agüento mais ficar lavando a calçada desse estado com as minhas lágrimas. Não me conformo". Ele fez um apelo para que tudo seja diferente no próximo julgamento.
"Todas as pessoas que estão vendo podem ser chamadas para serem juradas. Que a pessoa faça a análise correta dos fatos, tenha um pouco de interesse, Não faça como alguns jurados que no meio da sessão estavam cochilando. Se você se presta a ir lá e julgar uma pessoa, não faça isso".



