Palhaço preso por crítica a policiais presta depoimento à Corregedoria da PM

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Leonides Quadra, o palhaço Tico Bonito, que virou notícia no dia 14 de agosto ao ser preso por policiais militares durante uma apresentação pública em Cascavel, na região Oeste, prestou depoimento na manhã desta quarta-feira (26) à Corregedoria da Polícia Militar. Durante duas horas, ele foi ouvido pelos membros do órgão, que assistiram novamenta aos vídeos do momento da prisão. Os policiais que realizaram a detenção do palhaço ainda não foram ouvidos e não há data marcada para os depoimentos.

Elcir Zen, advogado do palhaço, disse que não houve desacato como alegaram os policiais. Tico Bonito foi preso após dizer que a Polícia Militar mais parecia uma empresa de segurança privada para proteger o governador Beto Richa (PSDB) e a burguesia. Uma equipe do Pelotão de Choque que passava pelo local parou a viatura e deu voz de prisão ao artista, apesar dos protestos dos estudantes e pessoas que acompanhavam a apresentação.

Para o advogado, houve abuso por parte da polícia. “Eles foram além da função. No meu ponto de vista, houve abuso de autoridade”, disse ele. Segundo Zen, o que o palhaço fez foi uma crítica social e política à corporação e nenhuma autoridade pública está imune à críticas. “No meu ver, não existiu desacato. A figura do desacato tem uma configuração distinta do aconteceu”, frisou.

Ao deixar a Corregedoria, o palhaço voltou a fazer críticas ao governo do Paraná. “Eu acho que o governador – e estou falando de todos os governadores – deveria ser mais responsável. Quem prepara a Polícia Militar é o governo. Se a polícia agiu daquela forma foi pelo preparo que ela tem”, afirmou. Para ele, é preciso que os policiais tenham mais tempo de academia para uma melhor formação.

A investigação da Corregedoria foi determinada pelo governador, que não viu desacato nas críticas do palhaço. O inquérito tem 40 dias para ser concluído e será encaminhado ao comando geral da Polícia Militar do Paraná e, posteriormente, enviado à Justiça Militar. No entanto, caso seja caracterizado que houve abuso de autoridade, o processo será enviado à Justiça comum.

Veja o vídeo do momento da prisão do palhaço: