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A empresa América Latina Logística (ALL), concessionária que administra as estradas de ferro do Paraná e que tem interesse na PPP (Parceria Público Privada), defende o traçado proposto pelo governo federal. O engenheiro Plínio Tocchetto, gerente de via permanente da ALL, estima que a alternativa proposta pelo grupo de ex-funcionários da RFFSA e ex-políticos poderia custar mais do que o dobro do projeto da PPP.

O custo dos 120 quilômetros do ramal ferroviário Guarapuava-Ipiranga, diz Tocchetto, foi estimado em R$ 250 milhões. O traçado entre Irati e a Lapa, com pouco mais de 100 quilômetros, não custaria muito menos do que o do projeto da PPP. Mas, em compensação, só as obras de retificação do trecho entre Irati e Guarapuava custariam muito mais, estima o engenheiro da ALL. O trecho, afirma ele, não poderia ser interrompido e seria preciso construir linhas paralelas para fazer as obras. Sem a retificação do traçado, acrescenta Tocchetto, de nada adiantaria a construção da linha Irati-Lapa, pois continuaria a existir um gargalo antes dela, entre Guarapuava e Irati.

Tocchetto ainda contesta a diferença de quilometragem entre os dois trechos apresentada pelo grupo de engenheiros. Segundo ele, a diferença a favor do traçado Guarapuava-Irati-Lapa seria de apenas 44 quilômetros em relação ao trajeto Guarapuava-Ipiranga-Lapa (o grupo de engenheiros da RFFSA aponta 63 quilômetros). A principal divergência está na extensão do trecho Guarapuava-Irati (a ALL diz que são 139 quilômetros e outro grupo trabalha com 108 quilômetros de extensão).

Considerando que a diferença de quilometragem seja de apenas 44 quilômetros, o custo anual para os exportadores com o traçado alternativo seria de R$ 56 milhões (e não de R$ 80,19 milhões, no caso de a distância ser de 63 quilômetros).

O engenheiro da ALL afirma ainda que nem toda a carga transportada do Oeste vai para o Porto de Paranaguá. Segundo ele, atualmente cerca de 60% fica nas indústrias moageiras de Ponta Grossa. E o ramal ferroviário alternativo, nesse caso, aumentaria a distância para Ponta Grossa em relação ao projeto da PPP.

Levando em conta esse argumento, seria preciso considerar que apenas 40% da carga passaria pelo novo trecho. Assim, a conta da vantagem financeira do trecho Irati-Lapa para os exportadores ficaria em R$ 32 milhões (no caso de a distância ser de 63 quilômetros) ou de R$ 22,4 milhões anuais (para a distância de 44 quilômetros).

Tocchetto ainda afirma que a possibilidade de desativação do trecho Guarapuava-Irati-Ponta Grossa, caso o ramal Guarapuava-Ipiranga saia do papel, é um assunto que não foi discutido na ALL. Segundo ele, antes de qualquer discussão, seria preciso que a empresa, que tem interesse na PPP, fosse escolhida como parceira pelo governo federal – o que ainda não ocorreu. Apesar disso, ele afirma que o trecho entre Guarapuava e Irati serve apenas como passagem de trens e não de carregamento de mercadorias.

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