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Diretora-chefe da OMS, Margaret Chan, durante o anúncio sobre as condições associadas ao zika vírus | FABRICE COFFRINI/AFP
Diretora-chefe da OMS, Margaret Chan, durante o anúncio sobre as condições associadas ao zika vírus| Foto: FABRICE COFFRINI/AFP

Nada muda para o Brasil com a decisão da OMS de declarar a microcefalia e outras desordens neurológicas em áreas com a presença do zika vírus como uma emergência sanitária internacional. De acordo com a assessoria de comunicação do Ministério da Saúde, o país já vem adotando as medidas próprias desse momento, como maior rigor na notificação de casos da doença e ampliação dos esforços de pesquisa na área.

O Brasil está em situação de emergência sanitária desde novembro do ano passado devido ao zika e ao surto de microcefalia que teria relação com o vírus. Entre as medidas tomadas estão a instalação de grupo executivo interministerial , a capacitação de profissionais de saúde para identificarem os sintomas da doença e o reforço nas campanhas de prevenção, que no caso do zika consiste na eliminação do vetor.

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Nos últimos anos, a OMS declarou estado de emergência outras três vezes: para a gripe H1N1, a poliomielite e ao ebola. Nessas situações, os agentes de saúde dos países membros são colocados em alerta para detectar os sintomas suspeitos da doença, o sistema de notificação é reforçado e há uma ampliação das ações de prevenção, com campanhas informativas e até distribuição de materiais.

Nos países em que o vírus ainda não circula, devem ser reforçadas as ações de bloqueio. Como ocorreu com o ebola e com o H1N1, deverá haver mais vigilância em portos e aeroportos e isolamentos de pacientes com sintomas da doença. A OMS, no entanto, não prevê a restrição de viagens ou comércio com os locais de circulação do zika.

A declaração de emergência também ajuda na captação de recursos internacionais para investir em pesquisas para o combate da doença. No caso do zika, ainda são muitas as questões a serem respondidas. Enquanto os pesquisadores buscam respostas, o vírus se dissemina rapidamente. Até agora, já são 24 países com registro autóctone de zika. A previsão da OMS é que, dos 55 países da área, apenas Canadá e a porção continental do Chile fiquem livres do zika. Os dois países são os únicos a não ter o Aedes aegypti, mosquito transmissor do vírus, em seu território.

A primeira questão a ser respondida pelos cientistas é confirmar se o zika realmente causa microcefalia. A relação entre a doença e a má-formação é admitida pelo Ministério da Saúde, mas tem sido questionada, inclusive pela OMS. A diretora-geral da entidade, Margaret Chan, tem afirmado que ainda não existe prova definitiva de que o zika seja o responsável pelo surto de microcefalia no Brasil.

Os pesquisadores também tentam descobrir se o vírus pode ser transmitido pela relação sexual. Já há casos suspeitos, mas nada foi comprovado ainda. Outro desafio é desenvolver de um teste sorológico e uma vacina para o zika. Nas projeções mais otimistas, é esperado que um imunizante para a doença chegue ao mercado em três anos. Porém, há pouco conhecimento sobre o vírus e como ele age no organismo, o que deve dificultar o desenvolvimento de uma vacina.

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