Paraguai fecha cerco aos traficantes brasileiros

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Cascavel – Autoridades de segurança do Paraguai, com o apoio da Agência Norte-Americana de Combate ao Tráfico de Drogas, estão intensificando as ações contra o crime organizado na fronteira com o Brasil. Os principais alvos têm sido integrantes da quadrilha do traficante Fernandinho Beira-Mar, único preso na Penitenciária Federal de Catanduvas, no Oeste do Paraná. A Polícia Federal brasileira descarta que a presença de criminosos ligados a Beira-Mar na fronteira com o país vizinho tenha relação com a transferência dele ao presídio de Catanduvas.

"O Fernandinho Beira-Mar atuava há muito tempo no Paraguai. É natural que haja criminosos ligados a ele e que ainda estão em liberdade", disse o delegado da Polícia Federal (PF) de Cascavel, Carlos Alberto Iegas. Nas últimas quatro semanas, a polícia paraguaia prendeu Marcelo Leandro da Silva, o Marcelinho Niterói, em Pedro Juan Caballero, e Ubiratã Brescovith, o Cheiroso, em Ciudad del Este. Ambos teriam ligações com o traficante brasileiro.

Em entrevista ao jornal ABC Color nesta semana, a polícia paraguaia informou que os criminosos brasileiros presos estavam organizando bases de apoio aos narcotraficantes que atuam na região de fronteira entre o Brasil e Paraguai e que controlam o tráfico de cocaína e maconha para o Brasil. Os dois são considerados homens da cúpula da organização criminosa de Beira-Mar.

A polícia paraguaia está à procura de outros brasileiros envolvidos com o narcotráfico, entre eles Jarvis Chimenes Pavão, Luiz Carlos da Rocha, o Cabeça Branca, e Irineu Domingo Soligo, o Pingo. De acordo com a PF, Beira-Mar, antes de ser preso na Colômbia, em 2001, atuava na região de Capitan Bado (Paraguai), que fica a cerca de 80 quilômetros da fronteira com o Mato Grosso do Sul.

Nas últimas semanas, a polícia brasileira também intensificou o combate ao tráfico de drogas e de armas na fronteira, visando a cortar o fornecimento desses produtos às quadrilhas organizadas, em especial ao Primeiro Comando da Capital (PCC), apontado como o controlador do tráfico de drogas em São Paulo. Na segunda-feira, a PF apreendeu 7,5 toneladas de maconha em Candói, Região Central do Paraná. O produto seria distribuída pelo PCC em São Paulo. Anteontem, os policiais federais apreenderam, em Guaíra, no Oeste do estado, cerca de 10 mil munições e quatro rifles que seriam comercializados também em São Paulo.