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Os rodoviários do Distrito Federal fazem, desde o início da manhã desta segunda (8), uma paralisação de ônibus. O DFTrans (Transporte Urbano no Distrito Federal) estima que mais de um milhão de passageiros já foram afetados pela greve. As informações são da Agência Brasil.

Sem o cumprimento do efetivo mínimo de 70% dos ônibus circulando, veículos sem licença para transportar passageiros rodam pelas ruas e ocupam a rodoviária de Brasília. Pela manhã, algumas faixas exclusivas para ônibus foram liberadas à circulação de carros para ajudar a desafogar o trânsito.

A estudante Aleci Arruda, moradora do Varjão, costuma ir para a faculdade de ônibus, assim como seu namorado. Nesta segunda, ele decidiu pegar o carro para os dois não perderem a aula. Ela conta que o trânsito estava mais carregado que nos outros dias e eles enfrentaram congestionamento pela manhã.

“Agora tenho que voltar para o Varjão. Tem uns 15 minutos que estou esperando um ônibus, e nada. Nem ônibus pirata está saindo para lá. Se não aparecer, vou ter que esperar meu namorado sair da faculdade e vir me buscar”, contou Aleci, enquanto procurava transporte na rodoviária do Plano Piloto.

A reportagem esteve no local e viu apenas algumas linhas de ônibus da empresa de transporte do governo do Distrito Federal circulando. Os boxes reservados aos ônibus estavam cheios de veículos não regularizados.

A dona de casa Inês Maria da Silva, moradora de São Sebastião, tinha que comparecer a uma perícia do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), logo cedo, e enfrentou a parada cheia e ônibus lotado para não perder o horário. Ela conta que pegou o ônibus de uma cooperativa e ainda teve que caminhar um bom tempo até chegar ao local.

“Caminhei quase uma hora para chegar lá. Agora, já tem mais de 20 minutos que estou esperando um ônibus da cooperativa para voltar para casa. Só Deus sabe como vai ser. Não vou pegar ônibus pirata, porque eles rodam muito cheios e correm muito”, disse Inês.

A dona de casa conta ainda que a filha faz estágio em um ministério, na zona central de Brasília, e nesta segunda não foi trabalhar temendo principalmente a dificuldade de voltar pra casa. “Minha filha não faltou a aula porque deu para ir andando, mas hoje não teve como trabalhar. É um caos, uma situação horrível”, reclamou.

O número de passageiros no metrô teve aumento pela manhã e a Companhia do Metropolitano do Distrito Federal estendeu o horário de pico, mantendo a circulação de um número maior de trens por mais tempo. Após as 8h45, o número de trens costuma ser reduzido de 24 para 15. Hoje, no entanto, os 24 trens permaneceram em funcionamento até as 10h. A companhia vai avaliar se será necessário ampliar o horário de pico também no início da noite.

O TRT (Tribunal Regional do Trabalho) determinou que fosse mantida a circulação de 70% da frota de ônibus no horário de pico, durante a greve dos rodoviários. Os trabalhadores pedem reajustes de 20% nos salários e 30% no tíquete-alimentação e cesta-básica, além de plano de saúde familiar. Os empresários ofereceram 8,34% de reajuste salarial.

A greve foi decida em assembleia realizada no domingo (7). O sindicato dos rodoviários do Distrito Federal informou que até o fim da manhã não havia previsão de nova assembleia.

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