Servidores federais montaram um paredão de gelo na manhã de ontem na aduana da Ponte da Amizade, ligação entre Brasil e Paraguai, em protesto contra as condições precárias de trabalho e a falta de regulamentação da Lei 12.855/13, que institui o adicional de fronteira. Cerca de 200 funcionários participaram da manifestação que congestionou o trânsito de veículos na saída do Brasil entre às 9 h e às 11 h.
"Foi montado um paredão para simbolizar o que os servidores fazem nas fronteiras do Brasil, ou seja, enxugar gelo", diz o representante sindical da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Foz do Iguaçu, Raphael Casotti. Participaram da manifestação servidores da PRF, Polícia Federal, Receita Federal, Ministério do Trabalho e Emprego e Ministério da Agricultura de Foz do Iguaçu, Cascavel, Dionísio Cerqueira, Tabatinga, Guaíra e outras repartições federais.
Todas as categorias sofrem com falta de funcionários e não recebem o adicional de fronteira, ou seja, R$ 91 por dia em jornada de oito horas de trabalho porque o governo não regulamenta a Lei 12.855, publicada no dia 2 de setembro de 2013. Somente na PRF, o déficit de servidores chega a 40%, segundo Casotti.
O adicional de fronteira, de acordo com o presidente do sindicato, é um incentivo para os servidores se fixar em cidades limítrofes do Brasil. Muitos funcionários não querem morar nas fronteiras em razão dos riscos e da falta de estrutura existente em algumas cidades.
Esse foi o terceiro protesto realizado na Ponte da Amizade, somente neste ano, para reivindicar o adicional de fronteira.
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