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Curitiba – Dez pastorais sociais e organismos eclesiais decidiram não participar do lançamento da Campanha da Fraternidade 2007. As entidades argumentam que há uma contradição entre o discurso da Igreja e a maneira como foi lançada a campanha, com o patrocínio da Companhia Vale do Rio Doce. Elas reclamam ainda, por meio de um manifesto, que a abertura não deu oportunidade para a participação popular.

Dom Orani João Tempesta, presidente da Comissão Episcopal de Cultura, Educação e Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), lamentou os protestos. A única diferença em relação aos anos anteriores – quando a abertura foi feita em Brasília –, segundo ele, é que a tradicional entrevista coletiva foi substituída por um evento em plena floresta.

Apesar das críticas, as entidades insistiram não serem contrárias à campanha que, segundo o manifesto, é um gesto da Igreja para auxiliar os cristãos e toda a sociedade a refletir sobre temas da maior relevância social.

Mas há quem defenda que o movimento já teve maior impacto na sociedade. De acordo com o teólogo Clodovis Boff, professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) e da Faculdade Pontifícia "Marianum", de Roma, isso ocorre porque a Igreja no Brasil foi durante muito tempo a única protagonista desse tipo de problema, lembrando que a Campanha nasceu no contexto da ditadura militar. "Com a democratização, a própria sociedade civil acabou assumindo esse papel mais social", diz. Após o lançamento da Campanha, serão feitos debates também nas dioceses de todo o país até a quinta-feira anterior à Páscoa.

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