No bairro Vila Liberdade, em Colombo, na região metropolitana de Curitiba, um grupo de voluntárias implantou a Pastoral da Criança no segundo semestre de 2010. Para elas, o falecimento de Zilda Arns se tornou mais um motivo para ajudar as crianças da região. Há anos, líderes comunitárias tentavam levar a Pastoral para lá, mas não tinham sucesso. Em julho do ano passado, o sonho se concretizou. No início poucas famílias e crianças se arriscaram, mas o número de meninos e meninas atendidos saltou de 8 para 38.
A líder comunitária Laura Ramos, 49 anos, que coordena a Pastoral na Vila Liberdade, calcula que ao menos mil crianças do local precisariam de auxílio. A missão agora é expandir a iniciativa para comunidades vizinhas. "No início, as famílias ficavam com receio, mas depois as próprias gestantes foram chamando as colegas."
Uma das famílias atendidas pela Pastoral é a de Maria Goreti Bandeira, 23 anos, mãe de três filhas Michaele, 5 anos; Milena, 3 anos; e Andriele, 5 meses. Hoje, Maria sustenta sozinha as filhas com os R$ 400 que ganha como faxineira mais o Bolsa Família. Quando ela chegou na comunidade, há cerca de 4 meses, não tinha nada para a casa e nem para os filhos. As voluntárias da Pastoral se mobilizaram e ajudaram-na.
Apoio
Há quatro anos, a organização não governamental (ONG) Ciranda trabalha na Vila Liberdade para auxiliar o desenvolvimento local. A entidade passou a trabalhar com geração de renda para as mães e estabeleceu como meta para 2010 a implantação da Pastoral. As articuladoras e educadoras comunitárias Maria José Machado e Elza de Fátima de Almeida fazem todo o processo de sensibilização e mobilização para a iniciativa. Entre as conquistas está a criação de uma rede local, que reúne escolas, postos de saúde, empresas e outras organizações para debater as demandas da população.
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