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Motoristas que circulam na BR-476 e comerciantes instalados às margens da rodovia disseram à reportagem da Gazeta do Povo que a tarifa de pedágio cobrada na Praça da Lapa é muito alta para uma estrada com pista simples. As tarifas da concessionária Caminhos do Paraná são R$ 7,50 (carros e utilitários), R$ 7,50 (ônibus por eixo), R$ 7 (caminhão por eixo) e R$ 3,80 (motos). O valor inclui o acesso à PR-427 (Lapa à BR-277 – perto de Palmeira), que é administrada pela mesma concessionária.

O caminhoneiro Gildo Fontoura leva arroz do Rio Grande Sul para outros estados do país, como São Paulo. Ele paga R$ 35 de pedágio por viagem na BR-476 pelos cinco eixos do seu veículo (dois do caminhão e três da carreta). "O valor é muito caro: equivale ao percurso Curitiba a São Paulo", lembra, reclamando ainda das condições da pista entre a Lapa e União da Vitória. "A estrada é só buraco no trecho sem pedágio."

As condições da estrada estão sempre nas rodas de conversa de motoristas. Para os caminhoneiros Sidnei Ratko, Célio Kaminski e Evandro Lemes, vindos do Sudoeste paranaense, a rodovia é muito perigosa, tem muito movimento e falta a terceira faixa. Eles usam a BR-476 pelo menos duas vezes por semana, a caminho do Porto de Paranaguá.

Na lista dos insatisfeitos estão ainda os comerciantes, com passe-livre porque estão nas imediações da Praça da Lapa. "É caro porque existe pedágio a R$ 1 por eixo, mas não posso falar muito, afinal sou isento", diz um deles. Ele pediu para não ser identificado para manter a política da boa vizinhança com a concessionária.

Outro lado

Segundo a Caminhos do Paraná, o valor do pedágio tem a ver com uma equação que incluiu investimentos previstos ao longo do período de concessão versus o número de veículos que pagam a tarifa cruzando a praça de pedágio. Por exemplo, quem usa a rodovia de Contenda a Curitiba e Araucária não paga a tarifa, porque a praça fica na Lapa, sendo subsidiado por outros usuários.

Para iniciar a cobrança de pedágio no fim de 2003, a Caminhos do Paraná passou dois anos reformando a BR-476, substituindo e instalando novas placas de sinalização. Ela também fez um reforço estrutural da ponte sobre o Rio Iguaçu, roçadas e outros serviços de manutenção, e ainda implantou 3,65 km de terceira faixa, reformou a balança de pesagem da Lapa e readequou o trevo de entroncamento entre a BR-476 e a PR-427. De acordo com a concessionária, o pedágio "deu vida nova" a uma rodovia que na época da concessão estava intransitável.

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