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Reação

Lula diz que vai intervir se o Congresso parar

Tegucigalpa, Honduras – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva quebrou o silêncio que vinha mantendo a respeito da crise envolvendo o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e disse ontem, durante entrevista coletiva, que, quando voltar ao Brasil, e verificar que as votações no Congresso estão paralisadas por causa do processo contra Renan, começará a intervir na situação. Na capital de Honduras, onde participou da assinatura de acordos bilaterais com aquele país, o presidente adiantou que, em caso de prejuízos para votações, irá chamar o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), e líderes partidários para tomar uma posição sobre o problema.

Lula retorna a Brasília na noite de sexta-feira, depois de um giro pelo México e quatro países da América Central.

O PSDB e o DEM reafirmaram ontem que vão entrar em processo de obstrução se Renan insistir em permanecer na presidência do Senado.

Brasília – O plenário do Senado Federal se transformou na tarde de ontem em palco de discussões sobre as novas denúncias contra o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). Depois de se defender em discurso sobre as acusações de que teria utilizado "laranjas" para comprar empresas em Alagoas, Renan ouviu da oposição apelos para que se afaste da presidência da Casa até que o Conselho de Ética conclua as investigações sobre o peemedebista.

Renan chegou a bater boca com o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN). O senador disse que as novas denúncias que surgem quase diariamente contra Renan prejudicam a imagem da Casa. Por este motivo, Agripino defendeu que o peemedebista se afaste do cargo. "Por diversas vezes, nós, vários de seus colegas, já pedimos, em nome da tranqüilidade da Casa, não que Vossa Excelência renunciasse, mas que se licenciasse da presidência, para que as investigações pudessem ocorrer em clima de absoluta isenção, a fim de que a Casa pudesse, confortável, votar o dia-a-dia", disse o democrata.

Em tom de ameaça, Renan sugeriu que Agripino não conseguiria se sustentar na presidência do Senado caso estivesse respondendo a denúncias. "Vossa Excelência mesmo, se estivesse nessa situação, com os negócios que tem, com as concessões que tem, com os financiamentos bancários e estatais que Vossa Excelência tem, talvez não agüentasse duas semanas de acusação como eu tenho agüentado", disse Renan.

Irritado, Agripino pediu que o presidente do Senado fosse mais explícito ao insinuar que estaria envolvido em irregularidades. "Presidente Renan, a diferença entre nós é que Vossa Excelência leva esse caso como um caso pessoal e eu o entendo como uma questão institucional. Eu não quero bater boca. Não é pessoal. Mas Vossa Excelência já provocou. Vossa Excelência falou em débitos. Que débitos? Onde é que existe algum pecado? Se Vossa Excelência tem, tem também a obrigação de dizê-lo", respondeu Agripino.

Após o bate-boca, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), também cobrou o afastamento de Renan. "A presença de Vossa Excelência à frente da Mesa Diretora não se revela conveniente. Percebo que, se não é bom, e é minha opinião, para o Senado, não seria bom para o país."

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