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Não há nada igual, mas a paisagem do Leme ao Pontal já esteve melhor. A pedra do Pontal, um monumento natural que divide as praias do Recreio e da Macumba, está tomada por pichações. Jovens riscam o paredão à luz do dia e deixam marcas que chegam ao tamanho de um carro.

Point dos surfistas de pranchão, a Macumba é também a praia favorita da arquiteta Camila de Menezes, que mora na Barra da Tijuca. Dentro do mar, entre uma onda e outra, Camila já viu algumas vezes pichadores manchando o lugar.

“Na quinta-feira eu vi três caras pichando a pedra ao mesmo tempo, de frente para a praia. Eu ia subir a trilha até o alto do Pontal, mas fiquei tão revoltada e insegura, que desisti”, conta Luiza, que participou de um mutirão para limpar a pedra há alguns anos. “Depois disso não vi mais limparem”.

A lei de Crimes Ambientais prevê pena de até um ano de detenção e multa para quem lesa monumento ou coisa tombada em virtude do valor arqueológico. A punição não impediu que o paredão fosse tomado por centenas, talvez milhares de pichações.

Mesmo com chuva e vento frio, o surfista Rodrigo Pires, 26 anos, foi surfar neste domingo no canto do Recreio, encostado na pedra. Ele, que frequenta o lugar, bate na mesma tecla e reclama da falta de limpeza.

“A pedra sempre está suja, mas já esteve menos pichada recentemente. Não sei se picharam mais ou se estão limpando menos. Mas a aparência piorou”.

A Comlurb explicou que as pichações em pedras como a do Pontal e do Arpoador demandam um serviço especial e de difícil execução, pois não há acesso para o uso da mangueira para ser feito o jateamento. Nesses casos a limpeza é feita manualmente com produtos específicos, demandando maior planejamento operacional e mais custos.

A companhia informou que técnicos vão ao Pontal durante a semana para avaliar e planejar a operação de remoção das pichações. Acrescentou que as pessoas deveriam colaborar seguindo a lei e respeitando o bem público e a natureza carioca.

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