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A aeronave caiu após bater na rede elétrica | Jonathan Padilha
A aeronave caiu após bater na rede elétrica| Foto: Jonathan Padilha

O mecânico Vilson Neves, de 43 anos, estava no helicóptero modelo Robinson R44 Raven I que caiu durante a Festa do Charque, em Candói, na região Centro-Sul do Paraná, no último domingo. Ele contou à Gazeta do Povo o que ocorreu antes e durante o acidente, que deixou cinco vítimas com ferimentos leves.

No helicóptero, além do piloto, estavam cinco pessoas. Cada um pagou R$ 80 pelo passeio, uma das atrações da festa. Neves ficou na frente, ao lado do piloto. O cunhado e o pai dele estavam no banco traseiro, cada um com uma criança no colo. "O piloto tentou levantar voo, mas só subiu uns cinco metros. Depois voltou ao chão e pediu para o pessoal de trás inverter de posição", conta.

Na segunda tentativa, relata Neves, o helicóptero voou uns cem metros e bateu com a hélice na rede elétrica. "Sentimos o baque e o estouro e, como eu estava na frente, vi vários pedaços da aeronave. Nessa hora, eu pensei que a gente iria morrer". De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), os helicópteros desse modelo que caiu podem transportar, no máximo, três pessoas.

Irregular

Além de estar com capacidade superior à estabelecida, a aeronave, que pertence ao piloto Geovane Fagner Polli, estava com o Certificado de Aeronavegabilidade (CA) e a Inspeção Anual de Manutenção (IAM) vencidos.

A reportagem entrou em contato com Polli. Ele disse que não poderia falar, pois estava no hospital para fazer "procedimentos rotineiros". Quando questionado sobre a documentação vencida, relatou que não escutava mais nada e a ligação caiu. Depois disso, ele não atendeu mais as ligações.

Lesão corporal

De acordo com o delegado Alexandre Maciel, responsável pelo caso, o piloto pode ser indiciado por lesão corporal culposa. "A investigação ainda está em andamento, mas imagino que o inquérito, que deve ser instaurado em breve, apontará isso", relata.

O acidente também é averiguado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Força Aérea Brasileira (FAB). Segundo a assessoria de imprensa do órgão, "não há nenhuma novidade sobre o caso e a apuração dos fatos ocorre normalmente".

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