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Bombeiros não aprovaram o prédio

O relatório parcial da análise feita pelos professores da Universidade Federal do Paraná, a que a Gazeta do Povo teve acesso, informa que o Anexo do Palácio da Justiça ainda não está regularizado nem mesmo diante de órgãos públicos. O edifício, de acordo com documento produzido pelo professor Nélson Luiz Teixeira de Freitas, não tem liberação do Corpo de Bombeiros, da Sanepar nem das secretarias municipais de Meio Ambiente e de Obras Públicas.

"Tenho a informar que não encontrei registros na documentação, que comprovasse (sic) a aprovação junto aos órgãos públicos", afirma o professor, um dos integrantes do grupo liderado pelo engenheiro civil Mauro Lacerda. Os técnicos, por meio de um acordo entre o Tribunal de Justiça e a Reitoria da UFPR, fizeram uma análise do prédio entre fevereiro e julho deste ano. O mesmo professor também relata que o prédio não tem placas indicadoras de saída de emergência.

O relatório do professor Mauro Lacerda, chefe do grupo de análise, indica diversos outros problemas. Um deles diz respeito também aos bombeiros. "Em alguns andares", escreve o professor, "aparecem disposições de áreas de serviços e copas com ventilação prejudicada em sem janela, inclusive com espaços aonde aparecem fogões a gás".

O relatório feito pelo Departamento de Engenharia do Tribunal de Justiça, a que a Gazeta do Povo teve acesso, mostra que milhões de reais foram gastos em equipamentos que nunca foram usados no Anexo do Palácio da Justiça. A investigação, feita por peritos e levada ao conhecimento da cúpula do tribunal, revela que apenas em equipamentos elétricos há cerca de R$ 2 milhões de gastos injustificados. São fios e disjuntores que foram pagos pelo TJ à Cesbe mas que não foram encontrados pelos engenheiros no prédio.

Uma análise detalhada do material elétrico foi realizada pelo engenheiro Antônio José da Cunha Melo. Indo de andar em andar e abrindo os quadros de energia, ele constatou que faltariam R$ 1,4 milhão em cabos. A Cesbe cobrou R$ 2,1 milhões pela instalação dos fios. Segundo o cálculo do engenheiro, se fosse restituir a diferença em valores atualizados, a empresa deveria devolver R$ 1,7 milhão. Isso à época do levantamento feito por Cunha Melo, em 2005.

A mesma coisa acontece em relação aos disjuntores do prédio. Foram pagos à Cesbe R$ 230 mil pelo material. No entanto, a análise de Cunha Melo afirma que R$ 146 mil não podiam ser encontrados no prédio mesmo um ano depois de sua conclusão.

Trocas de materiais previstos no edital também teriam trazido prejuízos para o tribunal. É o caso de um gerador de 1.600 KVA que deveria ter sido instalado no prédio. O equipamento foi orçado pela Cesbe em R$ 969 mil. No entanto, ao invés de instalar o equipamento previsto, foram usados dois geradores de 405 KVA. De acordo com o relatório do TJ, a Cesbe deveria devolver ao TJ R$ 337 mil em função da troca.

Os no-breaks também tiveram o mesmo problema. Estava previsto um equipamento de 500 KVA. Foram usados dois no-breaks de 200 KVA. Por ter feito essa troca, a empresa deveria ao tribunal, de acordo com as contas do Departamento de Engenharia, mais R$ 77 mil.

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