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Pesquisa liga genes a câncer de mama

Trabalho de pesquisadores da UFPR abre um novo horizonte para a prevenção e o diagnóstico precoce

Exame de mamografia: novas pesquisas podem facilitar uso de informação genética pelo médico. | Edson Lopes Jr/Gesp/Fotos Públicas
Exame de mamografia: novas pesquisas podem facilitar uso de informação genética pelo médico. (Foto: Edson Lopes Jr/Gesp/Fotos Públicas)

Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) conseguiu identificar 36 coleções de genes associadas ao aumento do risco para câncer de mama. A pesquisa, publicada neste mês na edição da revista Nature Genetic, foi realizada em conjunto com cientistas da Universidade de Adelaide (Austrália) e da Universidade de Cambridge (Reino Unido).

“Nessa pesquisa, foram utilizados dados de genomas já mapeados e que são de domínio público. O desafio era dar sentido àquelas informações e foi isso o que fizemos”, explica um dos autores do artigo, o professor Mauro Antônio Alves Castro, do Programa de Pós-Graduação em Bioinformática da UFPR.

No laboratório do curso, os pesquisadores analisaram um extenso e complexo banco de dados. As informações eram tantas que tiveram de ser processadas em equipamentos próprios para trabalhar com big data – o que os computadores comuns não são capazes de fazer. Até chegar à fase de análise de dados, porém, foi necessário primeiro desenvolver um método para avaliar as informações.

O trabalho levou um ano e meio para ser finalizado e agora abre um novo horizonte para o diagnóstico precoce e, principalmente, a prevenção do câncer de mama. Isso porque os pesquisadores conseguiram identificar os genes que tornam a paciente que não possui histórico familiar da doença mais suscetível a desenvolver um tumor maligno nos seios.

Cruzar essas informações com uma avaliação dos hábitos e outras características da paciente pode ser um meio, por exemplo, de o médico medir qual o risco de a mulher desenvolver câncer de mama no futuro. Para isso ocorrer, porém, ainda serão necessários mais estudos.

“O que demos foi um passo para responder a outras perguntas. Criamos uma lente diferente da que vinha sendo utilizada até agora. Como essa lente vai ser utilizada, isso vai depender de outros pesquisadores”, afirma Castro. Ele, porém, se diz otimista em relação a isso. “Acredito que chegaremos rápido ao momento em que essas informações serão utilizadas no consultório médico.”

A expectativa é tanta que o trabalho ganhará uma continuação. O professor e sua equipe agora se preparam para mapear genes relacionados ao câncer de cólon. A ideia é aproveitar nesse caso o mesmo método de organização de informações utilizado para o mapeamento dos genes do câncer de mama.

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