• Carregando...

São Paulo – A Polícia Federal apreendeu na madrugada de ontem US$ 952 mil (cerca de R$ 1,8 milhão) e 72 mil euros (pouco mais de R$ 192 mil) que estavam enterrados em uma casa em Campinas, a 95 km a noroeste de São Paulo, que seriam do traficante colombiano Juan Carlos Ramírez Abadía, 44 anos, o Chupeta ou Lollipop, um dos traficantes mais procurados do mundo. Abadía foi preso na terça-feira, em sua mansão, na Grande São Paulo, onde também foram encontrados US$ 544 mil (R$ 1,03 milhão), 250 mil euros (R$ 655 mil) e R$ 55 mil.

Na operação de ontem a PF prendeu ainda mais dois integrantes da quadrilha de Abadía. As investigações levaram ao colombiano Jaime Verano Garcia, irmão do chefe da célula do bando em Curitiba, Victor Garcia, preso na terça-feira na capital paranaense e ao motorista do bando em Campinas, o brasileiro Eliseu Almeida Machado. À noite, os policiais foram revistar uma outra mansão do criminoso, em Florianópolis (SC), pois tinham informações de que Abadía teria ali outro depósito de dinheiro e documentos falsos.

Integrantes da Agência de Combate às Drogas (DEA, na sigla em inglês) do governo americano e da polícia colombiana interrogaram ontem Abadía ao lado de agentes da PF durante seis horas. Um funcionário da DEA afirmou que a cooperação do traficante, até com a delação premiada, interessa à DEA porque pode levar à prisão de outros líderes do Cartel do Norte do Vale, na Colômbia, que continuam foragidos.

No interrogatório, o traficante revelou muito pouco por estar interessado em negociar as informações. Admitiu manter negócios no Brasil, negou que traficasse drogas no país, mas confirmou sua participação no tráfico internacional.

O juiz federal Odilon de Oliveira, responsável pela Vara Federal de Execução Penal no Mato Grosso do Sul, autorizou a mudança de Abadía para o Presídio Federal de Campo Grande. A transferência deve ocorrer ainda hoje.

A direção da PF anunciou ontem que não aceitará a recompensa de US$ 5 milhões oferecida pelo governo dos EUA pela prisão de Abadía. A PF argumenta que o combate ao narcotráfico é uma atribuição constitucional que não pode estar atrelada a interesses financeiros.

Rio Grande do Sul

A PF continua as investigações sobre a mansão de Abadía em Guaíba, no Rio Grande do Sul, com cem hectares e uma casa de 500 metros quadrados, cotada em R$ 1,5 milhão. O piloto André Luiz Telles Barcellos, que cumpre prisão temporária com a mulher e um filho de 19 anos, cuidava há três anos dessa residência. O imóvel gaúcho também era usado para lavar dinheiro e dispunha de um esconderijo seguro em caso de necessidade. A poucos quilômetros dali existe um aeroporto para pequenos aviões.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]